Depois de um longo hiato, cá estamos novamente. Foi dada a largada da segunda metade da nona temporada de The Walking Dead que nos reserva os 8 episódios finais. Segunda metade de temporada que parece, de fato, ter encontrado o tom da narrativa e finalmente decolado com afinco.
Começamos no ponto em que paramos, com o episódio focado no desenrolar do cerco no cemitério com a revelação dos Sussurradores e na fuga de Negan dos porões de Alexandria. Com pouco mais de 50 minutos, o episodio manteve o tom do inicio ao fim, expondo e explorando sem correria ou atropelos o desenvolvimento de cada núcleo, de uma maneira bem construída e instigante.
A atmosfera de suspense que a série adotou com a chegada dos sussurradores parece que tao cedo não vai embora. Esse novo clímax agrega pontos a temporada que, quando na sua estreia, parecia ter tudo para naufragar. O destaque do episodio foi a dobradinha sarcástica e carismática entre Negan e Judith, e parece que a pequena roubou o lugar de seu falecido irmão no desenvolvimento de uma amizade com o ex-vilão. Foi inspirador ver Negan fora dos muros e regressando ao desolado Santuário, local em que outrora Negan reinava como um senhor feudal em seu castelo rodeado de vassalos e mulheres.
Parece que após um rápido tour por seu antigo quartel-general, a ficha caiu e Negan entendeu que o mundo mudou, que seus seguidores dispersaram e foram dizimados, e que seus métodos não vingarão mais. Brilhante atuação de Jeffrey Dean Morgan, como de costume.
O núcleo dos Sussurradores também teve seus pontos altos, como o retorno da atuação agressiva de Daryl, capitaneando o protagonismo do grupo para si, os dilemas em decorrência da morte de Jesus, com Tara tendo que sumariamente despontar na liderança em Hilltop, a sussurradora encarcerada que tudo o que fala parece ser falso, e, não menos importante, a truncada declaração de amor de Eugene para Rosita, sua parceira desde os primórdios já esquecidos da série, e que literalmente despeja em tela o anúncio de sua gravidez, oriunda da relação com o Padre Gabriel.
A temporada parece ter encontrado seu tom narrativo desde a morte de Rick Grimes. O que parecia ser o anunciado fim de uma epopeia, tem se tornado o triunfal e próspero começo de uma nova era, onde temos que engolir algumas renúncias em nome do bom andamento.
Rick faz falta para série? De fato, faz. Mas o leque foi aberto, ainda há muita coisa por ser abordada, como o distanciamento das comunidades, as novas lideranças, novos personagens e um Negan totalmente renovado. Restam 7 episódios, muita história para ser contada e algo me diz que muita coisa boa ainda vai acontecer. Espero não estar sendo um bobo otimista.
Nota: 9,0