Mesmo que Samantha Morton seja uma das melhores atrizes que já pisou na franquia, nunca achei sua personagem grande coisa. Sua aparição na 9ª temporada veio com um desenvolvimento rasteiro que deixava um gostinho de quero mais, mas que infelizmente foi deixado de lado na 10ª temporada, ficando completamente fora de esquadro de modo a parecer só mais uma doida nesse mundão.
Por isso nem me animei quando vi Morton de volta à tela (e com cabelo!), muito menos quando o roteiro do showrunner Channing Powell parecia vingar para uma trama à lá whodunit muito promissora, somente para engavetar a ideia num ataque pirata logo em seguida e, por tabela, nos atirar para um survival na floresta sem conclusão.
São muitos acontecimentos para tão pouco tempo, no que seria bem melhor uma minutagem estendida. Tanto é que a relação entre Brooke, a líder do barco, e Lydia não vai muito além do básico de uma menina que teme a mãe. Isso causa a impressão de corrimento, de uma salada mista de situações que convergem no detrimento do grupo para por mãe e filha outra vez num dilema de amor primitivo.
Não que seja ruim, acontece que esse assunto já está batido e são poucos que conseguem tirar suco duma fruta espremida e em apenas 43 minutos torna-se um desafio e tanto. Mas até que Powell demonstra calibre nos minutos finais, em que Dee (nome verdadeiro da vilã, quem diria) está prestes a sacrificar sua prole. Um dos grandes momentos de Samantha sem dúvidas.
Poderia dar o braço a torcer e fechar a crítica com 3 pontos, porém a sucessão de eventos no barco que brincam e não vão além do lugar-comum mais a narração deslocada de Dee/Alpha (bis in idem puro) e a bola fora que é o final que abre margem para uma vindoura continuação, foi o que me fez fechar no quebrado.
Afinal, estamos falando de uma antologia e se a intenção ambiciosa da emissora é expandir ao máximo uma franquia em frangalhos, que confirmem logo um spin-off para a personagem e deixem de contar sua interminável história a conta-gotas.
Nota: 2,5/5