Até o momento, a série vem seguindo uma lógica: Não se encontram “cérebros” sem “músculos”. Era assim em Woodbury, relembrando Dr. Milton e o Governador, e agora Eugene e Abraham. A diferença nas relações é o grau de importância.
Abraham é um sargento do exército e já deixou claro sua missão: levar Eugene a Washington. O que nos interessa, porém, é como o grupo de Rick irá se conectar a essa missão. Nos quadrinhos o primeiro contato entre o líder Grimes e o grupo de Abraham se dá de outra forma. O sargento prova seus pontos de vista e ganha a confiança de Rick através de outras ações enquanto Rick, ao longo do caminho, se mostra um grande líder e estrategista, conquistando respeito do grupo de Abraham.
A série, apesar de tratar da mesma história, explora outras opções, inclusive o aclamado Daryl é uma dessas opções, o que me causa grande receio é como trabalharão essa relação Rick/Abraham, já que nas HQ’s os dois se tornam grandes aliados e vimos nesta última temporada que as coisas não correram muito bem para Tyresse, outro personagem de extrema importância para história e que passou batido, tratado praticamente como papagaio de pirata.
Receio que a série acabe caindo no marasmo.
Quando não se tem muitas opções, ou se explora muito do mesmo ou quase nada de tudo. Acredito que os roteiristas e produtores, para essa nova temporada, devem deixar de lado as vontades dos fãs e focarem na história, mesmo que isso implique na morte de personagens queridos – até porque isso nunca atrapalhou a popularidade/enredo de Game of Thrones – alguns já se tornaram repetitivos e outros acabaram morrendo antes de mostrar o verdadeiro potencial, referência póstuma a Andrea.
Eu, enquanto espectador, gostaria mesmo de ver o Abraham mostrando do que é capaz, desenvolvendo seus conflitos pessoais com Rosita e se tornando membro fundamental do grupo. Minhas apostas enquanto aspirante a dramaturgo para a resolução dessa superlotação de personagens “badass” seria matar alguns ou juntá-los em uma equipe fantástica. Pensem bem, Michonne, Daryl, Tyresse e Abraham, é muito músculo para pouco espaço.
Porém, há de se dar um grande voto de confiança. Já nos foi apresentado que o grupo do santuário é mais esperto e bem organizado. Uma das coisas que já vem sendo trabalhada na série há algumas temporadas é a vontade que Rick tem de se estabelecer e a forma radical que lida com empecilhos, isso por si só já será combustível suficiente para estabelecer uma relação de confiança com Abraham, que pelo treinamento militar se mostrará de extrema importância para o grupo no futuro.
No mais só nos resta esperar até a estreia da nova temporada e torcer para que a história continue tão boa quanto a HQ.
The Walking Dead volta em outubro.