O texto abaixo é uma tradução livre das ideias que Robert Kirkman expôs ao final da primeira edição de The Walking Dead, em outubro de 2003. Percebam que desde o início o autor sempre deixou claro que a história é sobre sobreviventes, não sobre zumbis. Os mortos-vivos são apenas o pano de fundo. Eles estarão presentes sempre, não são o ponto central da trama.
Artigo publicado originalmente no site em maio de 2011 e atualizado para novas discussões.
Não estou querendo assustar ninguém. Se isso acontecer ao ler este quadrinho, ótimo. Mas na verdade esse não é o objetivo desta história. O que vocês tem em suas mãos é o trabalho mais sério que já fiz até então em minha carreira. Considerando que sou o cara que criou “Battle Pope”, [versão super-herói do Papa, vale a pena conferir!] espero que vocês percebam o quão profunda é essa mudança. Não será tão difícil acreditar nisso quando vocês perceberem a minha imersão em um assunto que é tão sério e dramático…
Zumbis.
Para mim, os melhores filmes de zumbis não são aqueles repletos de sangue e tripas jorrando com personagens idiotas e trocadilhos. Bons filmes de zumbis nos mostram o quão ferrados nós somos. Eles nos fazem perguntar o nosso lugar na sociedade… e o lugar da nossa sociedade no mundo. Eles ainda assim nos mostram as tripas, a violência e todas essas coisas legais… mas há sempre uma reflexão social, algo para nos fazer pensar. É isso que faz os filmes de Romero serem tão bons.
Com “The Walking Dead” eu quero explorar como as pessoas lidam com situações extremas e como estas situações AS MUDAM. Pretendo fazer deste um longo projeto e tenho certeza que Tony também. [Tony Moore, primeiro desenhista dos quadrinhos] Vocês verão Rick mudar e amadurecer ao ponto de sequer reconhecê-lo quando voltarem a esta primeira edição. Espero que vocês estejam esperando um épico em ascensão, pois este é meu objetivo aqui.
Portanto, se alguma coisa aqui assustou você… ótimo, mas este NÃO É um livro de terror. Eu gosto do termo “aventura de sobrevivência”, [Algo como Guia de Sobrevivência – Bear Grylls deveria fazer um programa com zumbis] acho que funciona melhor com o que estamos tentando criar. Esta história é mais sobre acompanhar Rick sobreviver do que ver zumbis saltando da esquina para assustá-los. Também espero que seja isso que vocês queiram ver.
Comentários da história a parte, mesmo se detestarem esta ideia, vocês tem admitir… pelo menos parece bom. Tenho trabalhado com Tony Moore há muito tempo. Eu JÁ VI o trabalho do Tony, eu CONHEÇO o trabalho do Tony e posso dizer que ele está bem animado. Posso garantir que ele compartilha minha imensa paixão pelo assunto abordado. Este projeto é realmente uma obra-prima. Eu não poderia estar mais satisfeito com o rumo que as coisas estão tomando. Espero que vocês concordem.
Então, conte-nos o que vocês gostaram. Conte-nos o que vocês não gostaram. Mandem elogios, críticas, qualquer coisa… podem nos xingar, caso queiram… mas deixem-nos saber o que vocês estão achando do nosso trabalho. As informações de contato estão com certeza em algum lugar nesta página, então isso não é uma desculpa. Façam isso enquanto aguardam pela segunda edição. Não demorará mais do que um mês, eu prometo.
-Robert Kirkman