A atriz Danai Gurira, que interpreta a sobrevivente que empunha uma katana em The Walking Dead, exibido pela AMC, fala conosco sobre o que ela tem em comum com seu personagem e explica por que os zumbis do Zimbábue, de onde é nativa, não são tão diferentes dos zumbis daqui.
Pergunta: Michonne tem uma das armas mais legais do seriado, a Katana. Você já sabia como maneja-la antes de fazer parte do elenco?
DG: Eu treinei muito pra isso. Eu sabia que, para Michonne, seria uma espécie de complemento de si mesma. Algo como um processo de recapacitação após o apocalipse. E para mim foi a mesma coisa, mas eu ainda estava aprendendo. É como aprender a andar de bicicleta ou pular corda: no começo, você é péssimo, mas depois vai pegando cada vez mais prática. Daí, você começa a ficar realmente rápido, mas ganhando músculos e um novo jeito de se movimentar enxergando tudo ao seu redor.
Se você precisasse de defender com uma Katana agora, você conseguiria?
DG: Sim, com certeza! Eu me sinto extremamente apta a usar isso se eu precisar. Jamais sonhei em ter que aprender como usar uma katana, mas é isso que eu amo na minha profissão de atriz. Nos sets, a lâmina é sem fio, mas continua muito poderosa. Eu tenho a melhor arma, não tenha dúvidas sobre isso.
Em questão aos personagens da série, com quem você se acha mais parecida?
DG: Na última temporada, eu me identifiquei um pouco com a Andrea por ela ser firme e forte de um modo que faz todo sentido pra mim. Ela tem um ar de superioridade. E com certeza me identifico com a Michonne.
Michonne faz o tipo forte e quieto. Você é assim também?
DG: Não, eu sou extremamente verbal. Eu falo. Mas eu entendo. Eu adorei não ter de falar por algum tempo. Eu acho que Michonne provavelmente era um pouco mais falante antes do apocalipse.
Michonne desconfia muito do Governador. Você consegue pensar em alguma situação na qual você desconfiava de alguém e que suas suspeitas foram confirmadas?
DG: Ah sim! Sem dúvidas. Há pessoas que eu já não gosto desde o início. É algo sobre ter uma forte ligação com sua intuição – e acreditar nela. Minha irmã é meio que assustadoramente uma perita nisso; quase mais Michonne que eu. Mas para a Michonne, você tem que entender que o Governador tomou suas armas e a deixou de olhos vendados. Não é desse jeito que você vai aceitar as pessoas.
Como você se sentiu golpeando uma criança na cena da grande luta com o Governador?
DG: Não era uma criança, era um zumbi! Ela estava em um estado muito indigno. Quero dizer, estava com a cabeça coberta, presa a uma parede, com as mãos atadas em uma sala cheia de cabeças cortadas. E, além disso, a “morte” foi feita digitalmente na pós-produção, em termos de a espada atravessando sua boca.
Você passou muito tempo da sua infância no Zimbábue. Eles tem estórias sobre zumbis lá?
DG: Vocês Americanos não tem ideia de quanto suas coisas se infiltram no resto do mundo. Eu cresci ouvindo Tupac e Whitney Houston e assistindo o Brad Pitt e o Tom Cruise. Nós temos tudo isso; eles tem zumbis por lá também. A África do Sul está transmitindo a série, o que significa que todo Zimbábue está assistindo.
E a sua família está acompanhando a série?
DG: Meu pai está assistindo, e ele parece gostar muito. Ele diz que a série não é sobre zumbis, mas sobre as pessoas e a vida.
Fonte: Blog AMC
Tradução: Heloisa von Ah