The Walking Dead finalmente retornou de seu hiato e trouxe consigo a resolução da história de Carl Grimes na série. Nesse meio tempo muita coisa aconteceu: Scott Gimple foi promovido ao cargo de CCO (diretor de conteúdo encarregado de todas as obras da franquia) de The Walking Dead e Angela Kang assumiu o cargo de showrunner para a já cnfirmada 9ª Temporada da série.
O episódio intitulado como “Honor” mostra como Carl foi mordido e posteriormente todas as resoluções que o personagem gostaria de encaminhar após sua morte. E entre as principais está a mudança de ideologia de Rick. O capítulo bate muito na tecla de que há um modo de coexistir com os supostos inimigos e que a vida não precisa ser uma constante tentativa de sobrevivência.
As cenas do “futuro” que vimos no primeiro episódio da temporada mostraram-se ser vislumbres de Carl e do que seria a vida quando há uma perspectiva maior do que a guerra, ou seja, viver em paz acima do simples conceito primordial de sobreviver. E “Honor” é deveras emocionante porque fecha o arco de um personagem que estava presente na série desde o início e mesmo não tendo muitos momentos em que de fato foi o protagonista sua presença transmitia uma familiaridade que The Walking Dead vem perdendo ao longo dos anos.
Mas apesar de ter momentos emocionantes a decisão de estender o episódio acaba deixando momentos que poderiam ser poéticos apenas demasiadamente longos. Não havia necessidade de alongar a trama até porque o núcleo de Carol e Morgan foi apenas mais um conflito entre mocinhos e vilões sem nenhuma nova camada adicionada aos personagens em questão. O problema nesse núcleo persiste: Morgan mata por necessidade, mas está quebrado emocionalmente e isso o torna instável e Carol é apenas uma heroína de ação que cada vez mais se afasta daquela personagem complexa de outrora. E a tentativa de humanização de Gavin não funcionou muito bem, assim como a inserção de possíveis dramas que a presença de Henry teoricamente proporciona.
O roteiro de Matt Negrete e Channing Powell é calcado na emoção e algumas coisas funcionam, mas novamente atento para a duração do episódio que faz com que as linhas de diálogo sejam espaçadas e inevitavelmente percam qualidade. A direção de Greg Nicotero não compromete, mas não acrescenta nenhum elemento que mereça destaque. Tecnicamente e em termos de roteiro as resoluções são razoáveis.
Os vislumbres de Carl também mostravam a presença de Negan coexistindo com Rick e sua comunidade. Isso é dito várias vezes durante o episódio: É possível mudar. Assim como Rick abaixou as armas na prisão visando uma resolução diferente, sem derramar sangue, agora ele também tem a chance de fazer isso. “As vezes os filhos têm que ensinar coisas para os pais” – disse Carl.
Seria interessante ver um pouco mais da reação e resignação dos outros personagens diante da inevitável morte de Carl, pois vimos Daryl falando algumas palavras para o garoto, mas creio que a emoção acabou sendo diluída com a constante preocupação do que acontecia em Alexandria naquele momento.
Mas tirando as partes que emocionam o restante acabou sendo o de sempre: tiroteios genéricos, ambientes escuros e nada variados e nenhuma sensação de urgência. Sendo uma mid season premiere e o fato impactante sendo “revelado” há meses atrás sobrou pouco recheio para “Honor”. Não foi um desastre como a maior parte da 8ª Temporada até aqui, mas acabou sendo apenas razoável.
Nota: 5.5/10
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