A coluna semanal de multi-análises do The Walking Dead Brasil chegou! É o The Walking Lines, abordando diversos pontos de vista sobre o 12º episódio da 3ª Temporada, “Clear”.
A ideia da coluna é proporcionar múltiplas visões e discussões mais aprofundadas. O formato ainda está em fase de testes. Críticas e sugestões de melhorias sempre são bem vindas. Veja também os comentários do The Walking Lines dos episódios anteriores da 3ª Temporada.
Lembrando que além das análises da equipe do site The Walking Dead Brasil, abrimos o espaço para todos os fãs da série criarem suas próprias resenhas para publicação. Não deixe de conferir os selecionados desta semana! E em seguida começaremos edições especiais do The Walking Lines, analisando os personagens e a temporada!
Hell ain’t A Bad Place to be
Por Ingrid Falcão
Extremamente morno e lento, descrição não só do capitulo como também da direção e roteiro como se encontram após perderem Glen Mazzara. Acredito que a sensação foi bem representada pelo desesperado viajante-sobrevivente da estrada, buscando por alguém para salvá-lo, posição que o grupo do Rick conhece muito bem e já se encontrou várias vezes, mas só encontrou outros fugitivos amedrontados pelas experiências.
Dete ter sido esse o ponto mais alto do capítulo que além de ter evidenciado mais que claramente o resto de humanidade que o grupo já não possui mais, ainda colocou novamente na história um personagem que não conseguiu ser esquecido. Infelizmente mais pertubado e mentalmente acabado que Rick, afinal além de ter visto a esposa transformada, viu também o filho, tendo de, no final, matar os dois.Nada mais daquela linda e muito tênue amizade do início do caos ou quadrinhos do Duane restou. Restou, então, Morgan: isolado por inúmeros zumbis e sua criatividade de uma mente danificada, maquiavélica e ociosa, digna de participação num próximo Jogos Mortais.
Nada da guerra Rick vs Governador, provavelmente estamos um capitulo atrás de saber como essa briga se dará, quem estará do lado de quem, se Daryl dará um jeito no irmão, se Merle ficará do lado do Governador, se Andrea usará a cabeça um pouco mais dessa vez, se Carl precisará ser mais adulto que a maioria ao seu redor ou se ele formará, novamente, uma ótima dupla com Michonne.
Sangue
Por Andrio Mandrake – sonataaosmeusfantasmas.wordpress.com
No último episódio pudemos ver de forma latente uma característica que surgiu e se enraizou fortemente no grupo: indiferença. Eles ainda podem se importar uns com os outros, afinal, são pessoas que passaram por inúmeras dificuldades, que têm sido companheiros de estrada por muito tempo. Mas o fato é que eles parecem ter perdido completamente a fé e a confiança em qualquer pessoa estranha.
O mochileiro tentou abordá-los duas vezes, mas tudo o que foi feito foi virar o rosto e seguir a estrada. A única pessoa que mostrou dúvida quanto a deixa-lo para trás, foi Carl. Ao retornarem, nada restava do sujeito a não ser uma macha de sangue por metros e sua mochila no asfalto que, aliás, foi levada pelo grupo.
Deixar alguém para trás, alguém que ainda parecia ter esperança, foi algo relativamente novo. Na temporada passada, Rick não deixou aquele garoto para trás, mesmo ele estando ferido, com uma barra de ferro transpassada na perna, e tendo atirado em seu grupo.
É uma característica nova a ser somada, que provavelmente irá influenciar na sobrevivência do grupo daqui para frente, mais do que antes. Além disso, eles estão prestes a entrar em guerra, e dispensar pessoal não é um luxo que o grupo poderia ter.
Volta ao passado
Prá mim, simplesmente um dos melhores episódios dessa temporada. Cheio de subjetivismos e essa comparação com a 1ª Temporada ao reencontrar o Morgan. Esse episódio trouxe claramente as mudanças daquele Rick que tentava ajudar, proteger e salvar a quem quer que fosse para o novo Rick, frio, desconfiado e que não mede esforço para salvar seu próprio sangue. Logo no início temos o mochileiro pedindo ajuda, se fosse o antigo Rick, certeza que ele teria parado para ajudar. Mas não é. Não mais. E esse novo Rick reencontra Morgan, o homem que salvou sua vida, agora uma pessoa completamente enlouquecida pelo sofrimento. Eu achei um paradoxo interessante, pois temos o Rick à beira de um colapso e o Morgan que já sofreu esse colapso. O Carl também traz essa parte de “passado” ao tentar reaver a foto deles no bar cheio de zumbis. E certamente teria tido destino semelhante ao mochileiro caso Michonne não tivesse ajudado, finalmente dando a ela o “passe” para ser parte do grupo. Aquela cena em que eles estão atrás do biombo e o rato aparece… Muito tenso, porque tem aqueles instantes de silêncio e você sabe que os zumbis vão aparecer. E assim que eles conseguem sair, você se dá conta de que o Carl continua tendo atitudes infantis que podem comprometer a segurança dele e de quem quer que esteja com ele.
E retomando um pouco do surto do Morgan, é bem clara a visão apocalíptica dele e não tem como não dar razão, pois a morte é questão de tempo. E esse Morgan perturbado não quer se juntar ao grupo, ele prefere continuar seu trabalho de “limpeza”, matando zumbis. Na volta, os restos mortais e a mochila do cara que apareceu no início. Ninguém se importa, simplesmente pegam a mochila e continuam levando as armas. Antes o cara morto do que arriscando alguma das vidas do meu grupo.
Entre loucuras e armadilhas
Por Bruna Evelyn Ribeiro – belezageek.wordpress.com
Confesso que eu amei esse episódio. Foi a dose perfeita da ação de todos nós gostamos e dos momentos de reflexão. Esse episódio trouxe de volta aquelas cenas de matança de zumbi que estavam fazendo falta. Eu vibrei na hora. Estava com saudade dessas cenas. Mas também achei os outros momentos de diálogo muito interessantes. Quem diria que apareceria mais um louco na série? Morgan, o rei das armadilhas, fez o Rick parecer o mais lúcido dos homens. Quando ele recobra uma pequena parte de sua sanidade e começa a contar sua história para o Rick, começamos a entender melhor o que o levou àquele estado. Enquanto isso, Rick apenas observa o rosto do velho amigo e, talvez, vendo a si mesmo diante de toda aquela loucura do Morgan, já que ele tem consciência de estar louco.
Por outro lado, lá estava Michonne ajudando o Carl a pegar o berço para sua irmã. E mesmo quando ele coloca outros planos no caminho, ela continua se mostrando solícita. Nesse episódio vimos uma Michonne diferente. Ajudou, fez gracinha e até se mostrou solidária ao Rick confessando que também conversava com seu namorado morto. Talvez isso fosse medo de ser chutada do grupo, ou então, depois de tudo o que observou ela chegou à conclusão de que ali era seu lugar e aquelas pessoas eram confiáveis.
Outra coisa que chamou a atenção foi o Carl. O garoto a cada episódio se mostra mais maduro. Ao mesmo tempo em que é capaz de lidar com várias situações complicadas, como as que ele já passou, ele prova que sua humanidade não se perdeu. Podemos ver isso em vários momentos desse episódio, como a cena do sobrevivente correndo na estrada, ele é o único que ainda dá uma olhada preocupada para o cara, enquanto a Michonne e o Rick nem se importam; a última foto da sua família, que ele quis se arriscar pra pegar para que sua irmãzinha um dia visse como era a mãe; e também o fato de ter pedido desculpas por ter atirado no Morgan, mesmo que tenha sido em legítima defesa.
ANÁLISES DOS FÃS
Expandindo ainda mais o conceito de múltiplas resenhas, com pontos de vistas diferentes, temos a seguir as análises selecionadas dos fãs de The Walking Dead, para enriquecer ainda mais o debate. Estas análises foram selecionadas a partir da coluna [DISCUSSÃO] The Walking Dead 3ª Temporada Episódio 12: Clear.
Quer participar dos próximos debates? Então fique de olho no TheWalkingDead.com.br pelo Facebook e Twitter para saber em primeira mão assim que for aberto a página de discussão e seleção de análises da segunda parte da 3ª Temporada!
Análise do sobrevivente Afonso Dantas Santos
Não dá para simplesmente interpretar as atitudes dos personagens sem se basear na forma que o mundo tomou naquela realidade. Foi-se o tempo em que simplesmente ajudar um estranho não traria consequências, e essa série adora mostrar como essas coisas que parecem pequenas de repente assumem uma dimensão imensa de problemas. São sobreviventes num mundo que tá querendo te matar o tempo todo, infelizmente tem que se fazer escolhas difíceis. E após todo o confronto com o governador, fica difícil simplesmente confiar em alguém, parar o carro para essa pessoa e dar uma carona com seu filho no banco de trás. Achei marcante o fato de terem ignorado aquela pessoa, algo que se encaixou muito bem no perfil de “pessoas boas” que passaram por tudo que eles passaram.
Análise do sobrevivente Diego Souza
Em relação ao episódio pode se perceber que o mesmo é um momento em que o grupo da prisão será favorecido por no mínimo 2 fatores: A aquisição de mais armas e um possível aliado a mais (Quem sabe Morgan não põe a cabeça no lugar e numa hora crucial apareça e ajude na guerra contra woodbury) Pode-se ver que Morgan ficou muito abalado depois da morte de Duane e isso fez com que a vida já não tivesse muito mais sentido para ele. Talvez o encontro com Rick o restabeleça a normalidade. Quanto aos vários “Clear” que vemos pelo episódio, pode ser com que ele queira fazer uma “faxina” com os zumbis, ou seja, limpá-los (matá-los) da área. Um ótimo acontecimento foi uma aproximação de Michonne com Rick e Carl, e talvez isso faça com que a mesma não seja mais vista com desconfiança pelo grupo, tornando-se um membro da “família”. Um último fato não pode ser esquecido. Ele se trata sobre o homem que Rick não ajudou na estrada. Pois bem, uns julgam Rick insensível e outros o julgam prevenido. Opino que nunca saberíamos o que teria acontecido, pois nem sequer sabemos quem foi aquele homem (meio ignorante por sinal, pois pra que levar uma mala/mochila daquele tamanho?). Com todos os acontecimentos, digo que este episódio foi bom e que antecipará a batalha do grupo da prisão contra o da cidade de woodbury.
Análise do sobrevivente João Lucas
O episodio, foi tudo, menos desnecessário e desfocado. “Clear” veio para formatar algumas coisas pendentes e esperadas pelo público da série. Todo bom fã de The Walking Dead com certeza se perguntava: “Onde está Morgan e Duane á esta altura dos acontecimentos?” O episódio foi a resposta. Á volta na cidade natal de Rick e sua família, a aparição de Morgan, e a descoberta dos rumos que sua caminhada tomou após Rick deixa-lo para ir um busca de sua esposa e filho. O episodio também serviu de ajuste pra formatar relações. Michonne, uma das personagens favoritas da série (pelo menos por mim), precisava ajustar um relacionamento de confiança com Rick, favorito sem dúvida. O público queria uma relação de confiança entre esses dois personagens. Além disso, é bom falar como a Michonne é incrível, versátil, e surpreendente. “Clear” veio para deixar isso claro. A personagem possui um humor peculiar, e uma sensibilidade, mesmo por trás daquela cara de má. Pronta para fazer o que deve fazer, na hora que bem quiser. O episódio serviu também para mostrar o amadurecimento do Carl, que vem ganhando destaque progressivo nas decisões do grupo. Desde que perdeu sua mãe, o garoto aparentemente frágil da primeira temporada está sumindo em circunstancia aos acontecimentos. Voltando para o foco do episódio, o fato do Morgan não ir com o Rick para a prisão foi um pouco frustrante, mas compreendi os pontos. Morgan estava com seu psicológico abalado.Por que agarrar uma guerra que não era dele? Ele já estava em guerra com si mesmo. Por fim, levaram um armamento pesado para a guerra que está por vir, o que vai ajudar e muito na luta contra Woodbury, e compensar uma ação perdida nos últimos dois episódios exibidos. O fim, com o cara que pedia ajuda no começo do episódio, com a mochila nas costas, me fez pensar como o fato de estar em mundo novo faz do tempo uma coisa instável. Agora vai ser só pancadaria.
Análise da sobrevivente Nina Amaral
“Clear” foi um episódio de transição. Acredito que, à partir de agora haverá pouco espaço para respirar. Creio que estamos caminhando em direção à um confronto direto de Rick com o Governador e não acho que será na prisão. Acho que Rick, Glenn e Michonne em breve farão uma visitinha não muito amigável à Woodbury e assumirão a saga de uma forma bem mais próxima da HQ. Não sei se a história de Morgan foi finalizada ou se haverá um novo resgate mais pra frente, mas se não houver, pelo menos não ficou suspenso… Semana que vem vai ser FODA!
Análise da sobrevivente Vanessa Santos
The Walking Dead mostrou nesse episódio que não precisa de ataques zumbis á todo momento para deixar que a história flua bem. Em minha opinião (e a de todas as pessoas que li as reviews até agora) é que o episódio foi muito bom. Teve muita profundidade ao retratar que Morgan seria o Rick no futuro, caso ele não tentasse voltar à sua sanidade. A interação de Carl com Michonne foi muito significativa e mostrou um lado da nossa ninja que não conhecíamos! Ela até faz piadinhas, veja só. rs 🙂 Achei bem significativa a parte em que o forasteiro pede socorro, e na volta eles veem que ele já havia morrido… Mostra ainda mais como os sentimentos no mundo pós-apocalíptico foram alterados.
Análise do sobrevivente L@zarus_Rising
Clear tem uma boa dinâmica. Trás um personagem que todos queriam rever. Reforça explicitamente a humanidade das pessoas escorrendo pelo ralo e continua inserindo Michonne. Porém, de modo mais agradável.
Rick nem se importar com aquele anônimo foi algo forte. Aliás, ninguém se importar. Durante algum tempo, a própria Michonne perambulava sozinha, em condições semelhantes. Mesmo assim, nem ela se identificou. Esse comportamento é um exemplo claro de que a epidemia acabou com a sociedade, mas a sobrevivência está acabando com a própria humanidade.
Pena para a prisão. Cada aliado potencial não deveria ser desperdiçado. Vide Tyresse.
O estado lastimavelmente perturbado de Morgan ficou bastante coerente. Começou perdendo a esposa, que retornou como um zumbi. Por ser incapaz de matá-la em definitivo, presenciou o próprio filho ser morto pela mãe. E, além de tudo, não podia contar com nenhuma outra pessoa para apoiá-lo. Portanto, ou morria ou acabava como ficou.
Esta temporada está recheada de erros referentes a continuidade. Infelizmente, em Clear não foi diferente. Quando o carro atola, o zumbi sob o veículo capotado está fazendo um barulho enorme, sem atrair outros. Depois, aparecem vários, do nada e ao mesmo tempo, batendo no vidro do carro, sem que ninguém os percebesse chegando. Sem dúvida, estes zumbis fazem parte da equipe daquele outro famoso, que pegou o Dale no meio do pasto…
Michonne aparece no telhado em pouquíssimos segundos, mas o lugar não estava repleto de armadilhas? Carl sustenta a porta do bar numa boa, enquanto vários zumbis tentam empurrá-la. Além disso, nenhum consegue quebrar o vidro.
Michonne, novamente. Quase num piscar de olhos, ela não só consegue apanhar o retrato da família Grimes, que fora derrubado precisamente onde os zumbis estão pisando, como ainda arranja um brinquedinho para Judith. Lindo! Isso sem chamar a atenção de nenhum zumbi que se espremia.
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A discussão está longe de terminar. O que achou dos pontos levantados pela equipe do site e pelos fãs da série? Concorda? Discorda? Tem pontos de vista diferentes dos abordados aqui? Comente conosco!