Quando a série de TV de The Walking Dead foi ao ar, em outubro de 2010, ninguém poderia suspeitar que se tornaria um fenômeno mundial – tanto que foram produzidos apenas 6 episódios para a 1ª temporada. Mas a ideia deu muito certo, e logo em seguida seu idealizador, Frank Darabont, foi despedido.
Darabont, que sempre se mostrou muito incomodado com a situação, abriu processo contra a AMC, alegando violação de contrato, que o privou de dezenas de milhões de dólares de lucros pela série.
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O processo, que foi aberto na última terça-feira no tribunal estadual de Nova York deixa a entender que este impasse pelos lucros de Darabont, que existe desde fevereiro de 2011, pode ser a explicação para seu repentino afastamento da produção da série em julho do mesmo ano, no meio das produções da 2ª temporada e apenas dois dias após ele ter promovido a série na Comic-Con. A AMC nunca explicou publicamente o porquê da demissão, e nem para Darabont, de acordo com o advogado do produtor.
Darabont alega que além de ter sido expulso injustamente, a AMC teria proposto valores fora da realidade e terem práticas questionáveis de contabilidade. É basicamente a mesma alegação que os criadores de Smallville, Alfred Gough e Miles Millar, levantaram contra a Warner Bros.
O advogado, Dale Kinsella, responde ao site internacional The Hollywood Reporter:
A postura da AMC com Frank tem sido nada menos do que abominável. Infelizmente, os fãs de The Walking Dead ficaram sem o talento criativo dele.
A defesa também alega:
Apesar de termos 4 temporadas de sucesso e lucros sem precedentes para a AMC, Darabont não recebeu e provavelmente nem receberá nenhum centavo pelo desenvolvimento da série.
Além das restituições milionárias, Darabont também pede participação nos lucros do Talking Dead, o talk show que vai ao ar após a estreia de cada episódio, e da nova série de The Walking Dead que está prevista para 2015.
Situação similar já aconteceu no universo de The Walking Dead. O primeiro artista dos quadrinhos, Tony Moore, que há muito afirma não ser mais mencionado por Robert Kirkman como “co-criador” da série, levantou queixas parecidas contra Kirkman, alegando que deveria receber 60% dos lucros dos quadrinhos e 20% do lucro da série de TV conforme acordado previamente. Moore também alega que os representantes da Skybound, AMC e Kirkman sequer responderam ou permitiram acesso aos registros que teriam os termos do contrato. Kirkman retrucou que “a ação foi totalmente fútil. O senhor Moore não tem direito a dinheiro algum”.