Crítica | The Walking Dead: World Beyond – S02E07: Um jogo de mentiras


No começo da temporada as minhas apostas iam num possível conflito entre mãe e filha que os episódios iniciais pareciam pintar. E quando digo conflito não é uma barbárie com direito a puxões de cabelo e tapa na cara. Não. Longe disso. Tanto Elizabeth quanto Jennifer carregam conflitos internos que dividem numa linha tênue o emocional do necessário e ter ambas personagens com problemáticas semelhantes, tendo uma a relação da filha e a outra o da mãe e de amigos em jogo, tinha pano para manga para perdurar na temporada de modo funcional.

É com muita pena que World Beyond escolheu engatar tarde demais, logo tal questão nem aconteceu, apenas ficou no ar para Jadis (ela definitivamente voltou a ser a líder do lixão na versão burguesa) entrar e resolver em Blood and Lies. O que não é ruim, mas, para mim, seria melhor caso fosse Elizabeth no lugar, deixando o ar maniqueísta muito mais ambíguo do que o episódio pinta completamente na figura da substituta. 

Mas vejam que não é de nenhum mal. Ter Jadis em posição de liderança disposta a cumprir as exigências da organização e ainda saber seus planos escusos – como ela bem revela sobre o projeto Votus para Jennifer – nos faz roer as unhas em saber que fim deu a Rick Grimes. Morreu? Virou cobaia? Soldado? Foi corno outra vez? Só o tempo dirá. 

Agora se é para trabalhar a ambivalência, por que não incorporá-la em Lyla? Aqui ela revela de tudo e mais um pouco para as Bennetts num jogo de manipulação que primeiro promete salvar o pescoço do patriarca, mas logo muda para a verdade absoluta que de forma burra – não tem outro jeito de falar, ela foi na sorte – serve como passagem de bastão, quando há a subversão de tudo com Jadis já a dois passos a frente. É literalmente o golpe do golpe. 

Outro mérito está na dúvida que paira o interrogatório de Leo. Há um jogo de desconfianças e mentiras rondando a sala, tendo Jadis lançando olhares de soslaio a toda reação da reclusa Jennifer que faz de tudo para mostrar que está na linha (notem como ela devolve as olhadas para Jadis como criança esperando aprovação de mãe). Não sei vocês, mas Jennifer já é está concorrendo na lista de favoritos dessa série só pelo salto de relevância de uma temporada para a outra, que espero mesmo terminar de forma satisfatória.

Se há um único mal em Blood and Lies é o lado de Percy que cansa com toda essa questão de vingo, não me vingo, mas que, felizmente, é ligeira e serve para jogar as cartas na mesa para o ultimato. Agora todos sabem a verdade, incluindo Dennis e Silas no mais tardar do episódio. Se não me falha a memória não há mais nenhuma pendência a resolver, basta engatar de vez com a trama de guerra civil que pode dar muito pano para a manga na revelação do trunfo que é Mason, moleque que deseja tirar uma casquinha de Hope, como filho do tão citado General Beale. 

Pois é, agora a cobra vai fumar. 


Nota: 4/5

Obs: perdão pela demora, lembrei a senha do login hoje.


➡️ Adicione o Geekdama ao seu feed do Google Notícias. Geekdama no Google News

➡️ Siga Geekdama nas redes sociais: Facebook | Instagram | Telegram | Whatsapp | Twitter

Encontrou erros ou informações desatualizadas nesta matéria? Tem sugestões? Entre em contato conosco.


Douglas Gomes
Douglas Gomes
Jogador profissional de banco imobiliário e apresentador de stand up no chuveiro. Nas horas vagas, tocador de guitarra de ar. Um crítico longe de medíocre.

Últimas