Death Note | Adaptação da Netflix é acusada de racismo e petição pede boicote ao filme

Quando a Netflix anunciou o elenco de sua adaptação para Death Note, muitos fãs do anime homônimo baseado no mangá de Tsugumi Ohba e Takeshi Obata se mostraram insatisfeitos com os atores escolhidos.

Originalmente um adolescente japonês, Light Yagami virou Light Turner, um estudante de Seattle, interpretado por Nat Wolff.

Sai Misa Amane como seu interesse amoroso e entra Mia Sutton, interpretada por Margaret Qualley. Além disso, o detetive L será vivido pelo ator negro Keith Stanfield.

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O descontentamento se intensificou após o lançamento do primeiro trailer no filme em março, culminando em acusações de ‘embranquecimento’, especialmente na escolha de Wolff para protagonizar o filme.

Reclamações semelhantes foram feitas com a escalação de Tilda Swinton como o Ancião em Dr.  Estranho e, mais recentemente, Scarlett Johansson como Major em Ghost in the Shell, reacendendo a polêmica sobre a falta de representatividade de asiáticos em produções hollywoodianas.

Em 2015, quando Nat Wolff já estava em fase de negociação para o papel, o aspirante a ator Edward Zo alega em um vídeo postado no seu canal no YouTube que tentou realizar um teste para viver Light, porém foi informado de que não estariam procurando um ator asiático para o papel.

Em uma entrevista recente, o produtor Roy Lee, que já refilmou filmes asiáticos para audiências americanas, como O Chamado e O Grito, se mostrou bastante surpreso com as acusações.

Estive envolvido em adaptações de obras do mundo todo e esta é a primeira vez em que tive esta publicidade negativa. Eu poderia entender as críticas… se a nossa versão de Death Note fosse ambientada no Japão e contasse com personagens com nomes japoneses ou de descendência japonesa. Mas este não é o caso. É uma interpretação daquela história em uma cultura diferente.

Lee disse que essas mudanças foram necessárias para “tornar o filme mais atraente nos Estados Unidos e em mercados de língua inglesa”.

A reação violenta nas redes sociais em relação às mudanças em Death Note Ghost in a Shell provavelmente se deve ao fato de que estas são obras com uma base de fãs fieis muito maior do que O Chamado ou mesmo Oldboy, filme coreano que também ganhou uma versão americana em 2013, dirigida por Spike Lee.

Uma petição online, iniciada por uma fã de Death Note identificada somente como “Sarah Rose” clama pelo boicote da produção de Netflix.

Atualmente com cerca de 16,5 mil assinaturas, o abaixo-assinado se foca inteiramente na escolha de Wolff como protagonista, sem nada mencionar sobre Keith Stanfield interpretar L que, de acordo com Tsugumi Ohba, seria inglês de descendência japonesa, russa e possivelmente francesa ou italiana.

Em meio ao furor das acusações de racismo, Stanfield tuitou a frase “Currently blackwashin sh*t.” (Atualmente, enegrecendo essa merda).

A mensagem foi logo apagada, porém deixa claro que o elenco e a produção de Death Note não consideram o filme racista por dar a um ator negro o papel de destaque.

Roy Lee cita Stanfield e Paul Nakauchi, que interpretará Watari, como provas da diversidade de Death Note.

Do nosso elenco principal, um é asiático, um é negro e três são caucasianos. Acusar de “embranquecimento” é um tanto ofensivo, uma vez que um dos nossos atores principais é afro-americano.

Lee fez um apelo aos fãs de Death Note.

As pessoas podem criticar, mas eu diria que devem assistir o filme primeiro. Então poderiam nos acusar de não ter um elenco diversificado o suficiente… só julguem o filme depois que ele estrear.

Death Note contará a história de Light Turner, um aluno de ensino médio que se depara com um caderno sobrenatural jogado na terra pelo shinigami Ryuk (Willem Dafoe), que lhe dá a habilidade de matar qualquer pessoa, desde que saiba seu nome e seu rosto.

Light decide usar o poder do Death Note para livrar o mundo de malfeitores, porém se deixa dominar por um verdadeiro “complexo de deus” e é antagonizado pelo misterioso detetive “L”, que acredita que Light é apenas um criminoso comum.

O longa-metragem está sendo dirigido por Adam Wingard, diretor do episódio piloto da série Outcast, além de filmes como The Guest e Você é o Próximo e, mais recentemente, Bruxa de Blair. 

O elenco também conta com Shea Whigham (James Turner) e Masi Oka.

Death Note será disponibilizado a partir do dia 25 de agosto.


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Kelly Ribeiro
Kelly Ribeiro
Kelly Ribeiro é co-fundadora, editora-chefe, redatora e gerente de comunidades do Geekdama. Com formação em Comunicação Social e Cinema Digital, além de especializações em Marketing e Jornalismo Digital, Kelly supervisiona a produção de conteúdo do portal. Em 2022 foi uma das selecionadas no programa Aceleradora de Comunidades da Meta.

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