Crítica | Fear The Walking Dead — S07E04: Apertem os cintos… o cadeirante sumiu!

Talvez eu não seja o único com a mesma sensação de marasmo assim como foi na fraca 5ª temporada. Embora queira parecer que há um norte para a força de motriz que é a rivalidade de Victor e Morgan para o novo ano, simplesmente ela parece que nunca vem, ou é tão inofensiva quanto a própria radiação que permeia a temporada, cuja a intenção é apenas atrair os mais curiosos para ver uma sequência de histórias estanques de uma série incapaz de fluir unicamente. 

Quando digo embate inofensivo, me refiro ao fato de parecer que todo o lenga-lenga entre o bom samaritano e o marinheiro ambivalente seja apenas um cobertor para a vinda de outro grupo maléfico, que são os doidos de pedra que desnudam mortos e pretendem espalhar radiação de um míssil que não explodiu, como é revelado nos minutos finais. A certeza de que herói e vilão terão de se unir é grande. E também já posso ver um futuro perdão vindo por aí. 

Afinal, Josiah, gêmeo de Emile, perdoou Morgan por matar seu irmão após sua sede de vingança causar a morte do cachorro Rufus. O problema nem está na questão da absolvição em si, a essa altura do campeonato reclamar disso é chover no molhado, e sim nos diálogos chifrin que tangem de certa forma a dupla Emile e Sarah na questão de fazer tudo por um familiar e etc. Só não é de todo mal porque eu gosto da Mo Collins e seu carisma quando não é forçado e que aqui, ganhando a chance de se provar num pano de fundo dramático, consegue convencer ao lado de Demetrius Grosse

Mas se tem uma coisa que cansou é o modo claudicante que tem sido a abordagem com o CRM. Vimos todos serem resgatados no momento amargedom e simplesmente voltamos à estaca zero aqui, com Althea, de novo, mantendo tudo no escuro — o que me faz acreditar num vindouro episódio dedicado apenas a isso —, porque aparentemente para a produção é mais importante a busca por Wendell. 

Ignorando as besteiras (como assim Morgan quer levar todos para o submarino? Eu entendi errado ou esse complexo de messias não tem fim? ) e fingindo me importar com o paradeiro do cadeirante, que eu espero que tenha morrido mesmo e tenha sido apenas um blefe de Strand para sair por cima outra vez, Breathe with Me é o episódio mais “decente” — ou menos pior — desde The Beacon, apesar dos pesares.

Porém o que falta mesmo para dar um gás é uma narrativa precisa que não corra atrás do próprio rabo e termine em mais um encontro de Morgan e Victor para declariarem-se verbalmente feito vira-latas que trocam rosnados, mas que no fim terminam cheirando o rabo um do outro. 


Nota: 3/5


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Douglas Gomes
Douglas Gomes
Jogador profissional de banco imobiliário e apresentador de stand up no chuveiro. Nas horas vagas, tocador de guitarra de ar. Um crítico longe de medíocre.

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