Crítica | The Walking Dead S11E06 — Um Lugar Nada Silencioso

Dirigido por Greg Nicotero e roteirizado por Kevin Deiboldt, The Walking Dead finalmente traz o melhor episódio da 11ª temporada até agora. E um dos melhores da série.

Mesmo com os episódios anteriores estando bem abaixo da média, “On The Inside” compensa pelo roteiro simples, mas bem estruturado e um ritmo narrativo diferente do que vinha sendo apresentado nesta temporada. 

É o episódio mais assustador de Walking Dead em muito tempo, com muitas referências a filmes de terror de casas mal assombradas.

O episódio traz o retorno de Connie (Lauren Ridloff) e Virgil (Kevin Carroll), que vimos pela última vez no episódio de despedida de Michonne, na décima temporada. Foram perseguidos até uma mansão onde vivia um grupo de canibais malucos. Enquanto isso, uma equipe composta por Kelly, Magna, Carol e Rosita saem com objetivo de resgatar Connie.

Em outra trama paralela do episódio, Daryl foi forçado a torturar Frost para encontrar o esconderijo de Maggie. Enquanto verificava com o esquadrão Reaper liderado por Leah, Daryl fez o possível para proteger seus amigos de sua perseguição. Embora Carver suspeitasse de Daryl, o grupo de Maggie conseguiu escapar. Quando eles voltaram para Meridian, a equipe de Leah descobriu, após mais interrogatórios, que o Papa havia matado Frost.

Detalhe bem insignificante, e que não afeta minha nota para o episódio, mas quais as chances de Daryl mexer nos fios de um poste caído, e Maggie reparar o balanço da fiação, e associar que poderia ser os Reapers, e não um bando de zumbis andando por aí, ou até mesmo do vento? Fica esse questionamento kkk

Connie e Virgil

Virgil e connie no 6º episódio da 11ª temporada de the walking dead (s11e06 - "on the inside").

O episódio abre com os dois fugindo de alguém ou de alguma coisa. Eles encontram uma mansão abandonada cercada por zumbis, mas isso não os detém. Claramente, eles estão fugindo de algo mais assustador do que os zumbis padrões.

Eles abrem caminho para dentro e travam a porta principal, Virgil faz uma ronda pela casa para se certificar de que está segura, enquanto Connie vigia a porta da frente. A varredura de Virgil não revela nada e ele pede que Connie descanse. Ela ainda não se sente segura e sai para fazer uma busca na casa em vez disso.

As cenas da perspectiva de Connie são extremamente tensas, já que ela é surda e as cenas são silenciosas. A série já havia usado essa ferramenta da surdez da personagem, mas nesse episódio ele é aprimorado, tudo fica muito assustador. Nicotero foi muito perspicaz em trazer esse elemento de “Um Lugar silencioso” para a personagem que casou perfeitamente com o episódio.

 Diferente de outros episódios, quando a escuridão das cenas servia apenas para mascarar a baixa na qualidade nos efeitos visuais, o diretor também é preciso em utilizar a pouca iluminação à seu favor, que é mais um elemento para compor o terror, assim como os planos fechados nos trazendo uma sensação claustrofóbica, como se a casa de repente encolhesse.

Ela entra no banheiro e olha dentro do armário de remédios do espelho. Há um buraco na parte de trás onde você pode colocar lâminas velhas e, quando ela olha através dele, um olho remelento aparece de repente. Connie toma aquele jump scare* maroto, e corre para pedir ajuda à Virgil. Ela volta com ele no banheiro, mas eles não veem nada, então ele sugere outra varredura na casa. Ele está convencido de que ela está alucinando devido ao cansaço mental de Connie, mas conforme eles caminham pelo corredor, uma parede falsa cai entre os dois, separando-os.

E aí começa uma sequência insana dentro da casa “mal assombrada”. Enquanto Connie caminha pelo corredor lentamente e em pânico, nenhum único som vindo de nossas televisões, vemos uma forma borrada passar correndo. Então, de repente, há uma coisa atrás dela – um homem, aparentemente, andando de quatro como se fosse um primata. Ele a persegue e ela corre, encontrando-se em um porão cheio de ossos.

Connie no 6º episódio da 11ª temporada de the walking dead (s11e06 - "on the inside").

O resto da sequência é ótimo. Virgil sendo atacado por uma desses canibais enquanto Connie observa de um buraco na parede, batendo desesperadamente primeiro para chamar a atenção de Virgil e depois para avisá-lo do perigo. Foi muito bem utilizado o elemento da comunicação precária entre os personagens, tanto por Connie ser surda/muda, quanto por Virgil não saber falar libras.

No final, eles escapam com um velho truque, e já estabelecido pela série, o qual critiquei quando não utilizaram no primeiro episódio. Connie se cobre com tripas de zumbi, protege Virgil com seu corpo e abre a porta para deixar uma enxurrada de zumbis entrar no momento em que os canibais estão prestes a se aproximar.

Eles conseguem sair da casa e quando se deparam com mais zumbis fora da casa, Kelly e seu estilingue do Chaves aparece para lhe salvar. Há uma reunião chorosa e ninguém corre para ajudar o pobre Virgil, embora eu não ache que seus ferimentos sejam fatais. Confesso que não sou nem um pouco fã da personagem “meia muda” Kelly, mas nesse episódio, atriz Angel Theory, que a interpreta, mandou muito bem. Connie voltando à trama será uma ótima adição para a temporada.

Considerações Finais

Connie no 6º episódio da 11ª temporada de the walking dead (s11e06 - "on the inside").

Foi um episódio realmente consistente que poderia ter sido perfeito se eles apenas se concentrassem na história de Virgil e Connie, em vez de alternar com tramas paralelas. Não que os arcos de Kelly / Daryl fossem ruins, eles apenas nos afastaram das coisas boas e assustadoras de terror que realmente tornaram o episódio divertido. 

Diferente de muitos outros momentos em que a série não nos dá o “porque” de determinado personagem ter chegado em tal lugar, nesse episódio, teria sido benéfico terem cortado as aventuras de Kelly na edição, porque a construção feita no episódio para nos emocionar com o reencontro é uma repetição do que já havia acontecido em outros episódios. Já sabíamos que Kelly estava desesperada à procura da irmã, então reviver tudo isso, achei desnecessário. O arco poderia ter ficado na mesa do editor, e dado mais tempo para o excelente “mini” filme de terror de Connie.

Ainda não entendo como ela não encontrou Alexandria depois de todo esse tempo. Já faz um tempo que ela foi cortada do grupo. Nós a vimos pela última vez na caverna. Que não era muito longe de Hilltop. O que a impediu de encontrar o caminho de volta para um lugar com o qual ela está familiarizada? Isso parece um buraco na trama, mas tanto faz. Pelo menos os produtores deram a ela um episódio realmente emocionante para seu retorno.

*Jump Scare – é uma técnica frequentemente usada em filmes de terror e jogos eletrônicos com intuito de assustar o público, surpreendendo-o com uma mudança abrupta de imagem ou evento, geralmente co-ocorrendo com um som alto e assustador.

Nota: 9,5/10

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Ricardo Cruz
Ricardo Cruzhttps://linktr.ee/vareja17
Sou uma versão melhor do que eu era 5 minutos atrás. E vamos indo...

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