Robert Kirkman comenta o episódio ‘Triggerfinger’

Walking dead 320Em entrevista ao Entertainment Weekly, o autor de The Walking Dead e produtor executivo da série, Robert Kirkman, fala sobre o episódio Triggerfinger, a audiência da série e a educação irritante de Andrew Lincoln.

EW: Ninguém pode dizer que não teve ação neste episódio.
RK: É verdade. Tipo, veja só, há toda aquela tensão no bar com aquelas pessoas do lado de fora e ainda sim mal os vemos. Foi realmente uma escolha legal de Glen Mazzara trabalhar com David Leslie Johnson nesse roteiro. Eles são essa estranha ameaça no lado de fora e acho que isso os faz mais assustadores porque tudo se passa dentro do bar e toda a ação é montada com Scott Wilson e Steven Yeun e Andrew Lincoln. Acho que as performances naquela cena são tremendas.

O que estamos fazendo nessa segunda metade da temporada é pegar os personagens que conhecemos e colocá-los em situações inesperadas e fazer coisas que realmente não os vimos fazer. Ver Hershel e Glenn se meter neste tipo de ação heróica, ainda que por pouco tempo, é meio que uma coisa legal. E, também neste episódio, Lori sobreviver um acidente de carro e combater aquele zumbi… é importante reconhecer que Shane aparece mais só depois que ela controlou a situação. Essa mulher é bem capaz e é legal vê-la agir de acordo com a situação e ser capaz de lidar com aquilo e mostrar que ela é um indivíduo forte e apto para viver neste mundo. O restante desta temporada vai nos revelar mais sobre estes personagens e mostrar do que eles são capazes.

EW: Bem no final do episódio, Lori se comportou de um modo meio Lady MacBeth. Ela estava literalmente sussurrando no ouvido de Rick que ele deveria dar um fim no Shane.
RK: Sim, ela está apavorada e com razão. Ela possivelmente poderia manipular Rick maliciosamente para fazer algo ou ela poderia estar, à sua maneira, dizendo, “Estou aterrorizada e não sei o que fazer.” Há várias maneiras de se interpretar aquela cena.

EW: Alguém da KNB Effects (empresa que cuida dos efeitos da série) ganhou um livro sobre como ferrar com a cara das pessoas de presente de aniversário? Havia um zumbi atravessando o pára-brisa, com a pele se rasgando e também outro personagem tendo seu rosto comido pelos zumbis.
RK:
Tem muito trauma facial rolando. Ver a pele de alguém sendo arrancada  enquanto ele está atravessando um pára-brisa é algo que estivemos considerando na sala dos escritores. Achávamos que seria bem legal, mas nunca achamos que o pessoal da KNB seria capaz de realizar isto tão perfeitamente. Joe Giles é o zumbi. Ela estava no primeiríssimo episódio. Eu acho que as pessoas chamam ele de “Nicolas Cage zumbi”. Eu sempre achei que ele se parecesse com o Nick Cave. Mas ele é um zumbi bastante reconhecível no episódio piloto e ele interpreta zumbis aqui porque ele trabalha para a KNB. Ele era o zumbi tentando atravessar o pára-brisa e houve um momento no qual eu acho que ele arranhou mesmo o rosto. Ele simplesmente continuou até conseguirmos terminar a cena.

EW: Quem teve a idéia impalar a perna de alguém?
RK:
Provavelmente Evan Reilly (escritor) ou Scott Gimple (produtor). Pode ter sido ideia do Glen Mazzara. Mas por via das dúvidas, vou dizer que foi minha.

EW: Era exatamente o tipo de barra de ferro no qual você não gostaria de ficar preso.
RK:
Sim. Quando estávamos assistindo às cenas gravadas e vimos o tipo de barra escolhido para aquela cena nós comentamos algo do tipo “Isso é mil vezes pior do que imaginávamos”.

The walking dead 320EW: Se eu estivesse seriamente ferido, uma das frases que não gostaria de ouvir seria “Prepare o abrigo para uma cirurgia!”.
RK:
[Risos] Sim, bem, sabe, eles fazem o que tem que fazer. Talvez fosse um abrigo legal! Quem sabe? Esse é o apocalipse, sabe? Você tem sorte de ter um abrigo para fazer uma cirurgia.

EW: A propósito, recentemente fizemos um podcast com Andrew Lincoln. Que figura ele é!
RK:
Aquele cara é terrível. Todo prestativo e educado. Dá até nojo.

EW: O retorno da segunda temporada teve uma audiência enorme. Você deve sentir que é um enorme voto de confiança.
RK: Eu sou um pouco pessimista e estava convencido de que teríamos um pouco de queda. Acho que as pessoas gostam da série! [Risos] Este é o segredo, na boa, e as outras emissoras deveriam prestar atenção nisso porque acho que esse é o segredo do sucesso de The Walking Dead: eu tenho uma grande família.

EW: Eu aludi anteriormente ao fato de que algumas pessoas reclamaram do ritmo lento da série nesta temporada. Talvez as pessoas estejam sintonizando na série só para ver o quanto ela anda parada.
RK: A estratégia parece estar funcionando!

EW: Gosto da idéia de que algumas pessoas assistiram The Walking Dead pela primeira vez no retorno desta temporada.
RK:
Poxa, isso é verdade. E, para as pessoas que só viram aquele episódio, Rick provavelmente parece um pouco maníaco. Sabe, atirando numa criança e depois atirando naqueles dois caras. Eles provavelmente pensaram, “Espere um minuto, eles deveriam mudar o nome dessa série para “O cowboy atira nas pessoas”.

EW: Acredito que a NBC está fazendo um programa assim.
RK:
Eles deveriam me ligar. Tenho um monte de idéias.

Fonte: Entertainment Weekly
Tradução: Kelly Ribeiro


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Kelly Ribeiro
Kelly Ribeiro
Kelly Ribeiro é co-fundadora, editora-chefe, redatora e gerente de comunidades do Geekdama. Com formação em Comunicação Social e Cinema Digital, além de especializações em Marketing e Jornalismo Digital, Kelly supervisiona a produção de conteúdo do portal. Em 2022 foi uma das selecionadas no programa Aceleradora de Comunidades da Meta.

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