Gostaria de começar este texto com a seguinte citação, do filósofo Jean-Jacques Rousseau na qual ele diz que “o homem nasce bom e a sociedade o corrompe”. Isso é o que acontece, de maneira assombrosa, com o Governador e grande vilão de The Walkind Dead.
No seriado, não sabemos muito sobre seu passado. Tudo que sabemos é que ele tinha uma filha e esposa, a última morta num acidente de carro um pouco antes do apocalipse acontecer, e Penny, sua filha-zumbi, que aparece em alguns episódios da terceira temporada. Vimos que a relação entre ela e seu pai, Phillip, era de muito amor e carinho (por parte do pai, já que o instinto assassino da filha falava mais alto). Tivemos a oportunidade de ver, no seriado, a morte de Penny – zumbi -, exterminada pela Guerreira Michonne e o ataque de Rick e seu grupo à Woodbury, fazendo com que seu desejo de vingança exploda e o leve a matar quase todo o exército que havia formado em Woodbury, simplesmente pelo fato de seus “soldados” discordarem de suas más intenções e de colocá-los em frente a uma guerra na qual ele seria o único beneficiado.
Tudo isso pode ser diagnosticado como um surto psicótico pelo qual o antagonista passa durante um dos momentos mais esperados da temporada passada. Além disso, esses acontecimentos correspondem à citação a cima, visto que eles levam o Governador a se transformar num homem cheio de ódio e rancor pelo mundo. Contudo, é possível perceber que, lá no fundo do inconsciente de Phillip, ainda exista um ser humano benevolente, cuja vida passada tenha sido repleta de humanidade e amor, sentimentos esses que o Governador de Woodbury utilizou para satisfazer suas vontades, como por exemplo seduzir Andrea e fazê-la permanecer ao seu lado, bem como enganar os moradores do local por tanto tempo.
Como já dito, é difícil dizer o que aconteceu de verdade e o que fez com que conhecêssemos o Vilão – que fez seu retorno no 5º episódio da 4ª temporada – chegasse ao ponto de tornar-se no que é agora: um homem destinado pelo desejo de vingar a morte da filha a qualquer custo e de qualquer maneira, sem medir as possíveis consequências de seus atos incivis.
Se algum dia tivermos a oportunidade de vermos, no seriado, sua história antes de Woodbury – como está sendo mostrado nos livros homônimos à serie – os acontecimentos que ascenderam o governador levando-o ao trono e, em seguida, sua queda, teríamos um grande exemplo de como o meio é capaz de corromper o homem em grande proporção, como transformar anjos em demônios, sem que ao menos percebamos tal mutação.
O que está sendo representado através deste personagem deve ser enxergado como pura realidade, algo que nos cerca a todo momento. Vivemos rodeados por “zumbis”do consumo e pelo medo do amanhã. Às vezes, somos levados a tomar atitudes drásticas para vivermos nossas vidas, rodeados pelo mal a todo momento.