por Marie Bakhuizen
de São Paulo
O Zombie Walk 2012 em São Paulo começou na Praça Patriarca de um jeito bem tímido, com alguns zumbis terminando de se arrumar pelos cantos e fotógrafos arrumando suas lentes. Às 14h era impossível imaginar que em apenas 60 minutos ninguém lá conseguiria enxergar se quer o chão, de tanto zumbi e sangue no local!
Frequento a Zombie Walk de São Paulo desde sua 2a edição, em 2007, junto com meu namorado e maquiador de efeitos especiais, Fabionei Santos (que vocês conhecem da The Walking Dead Girls e do nosso podcast Walk Talk). O evento acontecia na Avenida Paulista, com concentração no vão livre do MASP, não tinham mais que 300 pessoas lá em 2007, eram fãs de filme de terror e de zumbis, que caprichavam na maquiagem e no figurino, caminhavam como zumbis até a Augusta e rendiam fotos sensacionais para os fotógrafos que registravam o evento.
Fabionei Santos e Marie Bakhuzien na Zombie Walk São Paulo 2012
Ano passado notei uma mudança radical no evento, em 2009 a rota mudou para o centro velho, e ao passar dos anos os zumbis deixaram de ser algo B, do underground, e entrou no mundo pop com muita força, através de filmes como Zumbilândia, mas principalmente devido ao enorme sucesso de The Walking Dead. 20 mil pessoas (porque nem todas eram zumbis) marcaram presença no evento em 2011. Era inacreditável ver o contraste em um curto período de tempo, os zumbis começaram a tomar o lugar dos vampiros.
Em 2012 o evento cresceu ainda mais, o número oficial ainda não foi divulgado, mas facilmente bateu o recorde do ano passado, pois quando estava indo embora ainda haviam muitas pessoas na rota. Rota que este ano não foi muito tranquila, infelizmente ao meio de pessoas bem produzidas, famílias inteiras (pai, mãe, filhos pequenos e até cachorro zumbi) sempre existe um, pequeno, número de pessoas que não sabe respeitar. Tinha gente depredando placas, portões de comércio, bancas de jornal, subindo em caminhões e ônibus em movimento. Chegaram até mesmo a quebrar o vidro de um ônibus. O problema é que esse pequeno número de pessoas é o suficiente para estragar o evento, em um momento tive até que mudar a rota para não correr o risco de ser atingida (como assim gente?). Mas de resto foi tranquilo, muitos fotógrafos registrando tudo (quase mais fotógrafos que zumbis).
Ouvi muita gente reclamando da falta de boas produções, o que eu mais sinto falta é do pessoal agindo como zumbi. O mais legal da Zombie Walk, pra mim, sempre foi se sentir em um filme de zumbi, portanto acredito que se o pessoal se empenhasse nos grunhidos e andares lentos e tortos tinha tudo para se tornar um visual ainda mais bacana tanto para os participantes quanto para o olhar dos despercebidos.
Ano que vem tem mais! E como o mundo vai acabar mês que vem, o Zombie Walk consistirá somente de zumbis de verdade. Até lá walkers e biters!
Confira algumas fotos do evento abaixo clicadas por Luís Alberto e Richard Iamazi. A cobertura fotográfica completo do evento você encontra em nosso Tumblr.
Assista ao vídeo de cobertura do evento: