Andrew Lincoln, que interpreta o Xerife Rick Grimes em The Walking Dead, conversa sobre os pontos principais de seu papel: Sua Colt Python de confiança e um segredo que ele não pode contar nem para sua esposa.
P: Como foi para você aquela cena no bar, no episódio 8? [Download aqui]
R: Foi uma cena incrível! Tivemos sorte de contar com atores tão bons. E nós não atuamos sobre o problema e sim sobre o fato de ser uma reunião de seres humanos. A tensão é inerente neste fato de encontrar um grupo novo.
P: A presença de Rick na fazenda foi descrita como antagonista nessa temporada. Alguma vez você já se sentiu como o vilão do seu próprio show?
R: É, acho que um pouco. Mas não o vejo assim sempre, porque você nunca vê seu personagem como o problema. Estou apelando para o seu lado espiritual.
P: A cena em que Rick teve de matar Sophia foi difícil de filmar?
R: Estava falando sobre isso outro dia, pensando “Meu deus, quem imaginaria que eu construiria uma carreira de matador de crianças em uma grande série de sucesso internacional? Olha o estado em que as coisas estão!” Veja, como um ator eu estava até pensando “Por favor, que ela esteja viva“. É um momento de muita agonia. Por outro lado é um brilhante começo para a segunda metade da temporada, que é bem mais sombria e com mais explorações perigosas destes personagens.
P: Uma pergunta muito importante agora: Qual seu método preferido de matar zumbis?
R: Tenho certeza que a maior parte do tempo gasta pelos roteiristas é pensando, “Ok, como vamos fazer com o próximo? Como podemos chocar as pessoas pra valer?” Machado na cabeça sempre funciona, e o taco de baseball também foi legal. Mas eu adoro meu “cano”. Fizemos uma filmagem em que eu tive que pular no trailer e eu peguei a Glock do Shane emprestada, só que ela emperrava, mas a Colt Python é como um Rolex: Nunca falhará contigo. Se tornou parte do meu corpo. Eu tive que lutar com o pessoal da produção quando tomaram-na de volta da última vez. Eles disseram “Você vai acabar preso andando com isso por aí!”
P: Você também já usou uma pedra em um episódio anterior…
R: Sim, foi um jeito de voltar no tempo. Bem retro – quase Neanderthal. Digo, vale o que tiver em mãos, Rick é um líder muito prático.
P: É tão legal o fato de Rick ainda usar um relógio nesse pós-apocalipse. Você gosta? foi você quem escolheu isso?
R: Foi uma escolha minha como ator. É o relógio que o pai do Rick deu para ele. Eu mesmo não costumo usar relógios, mas acredito que qualquer lembrança real do passado é vital para pessoas que estão tão destituidas. O relógio que uso está quebrado, está marcando 1 minuto para as 12. Alguém mexeu nele e o fez funcionar e eu disse “Não, não devia funcionar! Deixe-o parado em 1 minuto para as 12.” É bem mais apocalíptico.
P: Você atuou em Simplesmente amor (Love actually). Que papel você gosta mais de atuar, de um amante ou de um lutador?
R: Eu gosto de dizer, que sou um amante e não um lutador, mas estou disposto a lutar por amor, entende? Adoro coisas românticas, mas o papel de Rick é sobre uma vida inteira. É ótimo ter uma longa jornada com qualquer personagem, pois é possível ir para várias direções, o que não aconteceria em outro contexto.
P: Rick e Shane possuem uma relação tensa na tela. Como é sua relação com Jon Bernthal?
R: É um pesadelo trabalhar com aquele cara! Falando sério agora, Jon Bernthal é meu irmão Americano. Ele me lembra – odeio admitir isso – uma versão um pouco mais jovem de mim. Sua atuação como Shane é magnífica e eu amo ver essa “gangorra” natural na relação deles. São como irmãos guerreiros, mas no fim são bem similares.
P: Você sabe o que o Dr. Jenner disse ao Rick no final da primeira temporada – e Noah Emmerich (o ator) realmente disse para você?
R: Sim e ele disse.
P: As pessoas te pressionam para você contar para elas?
R: Minha mulher nem faz ideia. Cara, eu levo meu trabalho a sério!
Fonte: Blog da AMC The Walking Dead
Tradução: Talles Santana [facebook] [twitter]