Até o momento as informações sobre a nova série de The Walking Dead que está sendo produzida pela AMC são escassas. Sabemos que Fear The Walking Dead se passará no outro extremo dos Estados Unidos, em Los Angeles, e contará com personagens e tramas totalmente inéditas – que não afetarão em nada o desenvolvimento da série principal.
Sem data de estreia definida, a promessa é que seja lançada ainda este ano, e antes da 6ª temporada da série principal, em outubro. Enquanto tempos mais dúvidas que respostas, o site EW conversou com Robert Kirkman, o criador da franquia, que forneceu algumas informações novas sobre o que esperar desta nova série.
Kirkman falou que a nova história se focará em um casal de professores em Los Angeles: A viúva Madison (interpretada por Kim Dickens) e o divorciado Travis (interpretado por Cliff Curtis). Ambos têm filhos de seus casamentos anteriores. Madison tem uma filha adolescente esperta, Alicia (interpretada por Alycia Debnam-Carey) e um filho problemático, chamado Nick (interpretado por Frank Dillane). Já Travis possui um filho chamado Chris com sua ex-esposa Liza (interpretada por Elizabeth Rodriguez).
A escalação de todos estes atores já havia sido noticiada. A novidade é a confirmação do ator que interpretará Chris: Lorenzo James Henrie. Confira mais informações na entrevista.
ENTERTAINMENT WEEKLY: Qual a história que você estará contando em Fear The Walking Dead, em termos de quem estaremos seguindo e a situação que estaremos imersos?
ROBERT KIRKMAN: Há um grande elenco nesta série, assim como há um grande elenco em The Walking Dead. Mas eu acho que o núcleo principal é a história de Travis e Madison, que são dois professores do ensino médio, ambos com filhos de seus casamentos passados e que gostam muito um do outro.
Nisso, uma das coisas que mais me anime é o fato desta série contar a história de duas pessoas que são um time, um cobrindo o outro. Eles realmente se amam e se respeitam. Eles são um casal feliz, o que é algo não se vê muito ultimamente na TV a cabo.
Geralmente os programas de TV a cabo se focam em infidelidade, triângulos amorosos, divórcios, casamentos em ruínas… é o arroz com feijão que temos na TV. Portanto, ter um casal interessante no centro da série, lidando com a ruína da civilização e o apocalipse zumbi, ambos com filhos, é uma situação interessante.
EW: Então basicamente teremos uma dinâmica familiar, e então você os colocará em situações com pressões externas para vermos como eles reagirão e o quão unidos ficarão.
Kirkman: Sim, eu acho que a ideia de ter uma família misturada e tentando fazer com que as coisas dêem certo é uma dinâmica interessante que pode ser a base da própria série. O fato de termos zumbis nisso tudo é a cereja no bolo. E o fato de estarmos tratando bem no início do apocalipse zumbi, vendo o mundo caindo ao redor deles, e pessoas que estão totalmente despreparadas para este mundo que está se formando e tendo que se adaptar bem rapidamente… esta é outra cereja no mesmo bolo.
EW: Madison e Travis estão namorando ou casados? Qual é exatamente a situação do relacionamento deles?
Kirkman: Eles estão namorando e caminhando rapidamente para o casamento.
EW: Como vocês decidiram que Madison e Travis seriam professores e que a história começaria nesta temática escolar?
Kirkman: Eu achei que seria legal. Há um conhecimento logístico, gerencia de pessoas e muitas habilidades que surgem daí. E de certo modo, eu considero que professores de escolas estão na linha de frente de uma monte de coisas ultimamente, com filhos, pais, famílias e todo o tipo de elementos da sociedade. Eles são pessoas bem resistentes, então vamos lidar com um casal bem resistente nesta série.
EW: Em que ponto exatamente a série vai começar, em relação ao apocalipse?
Kirkman: Será bem no início. Se você pensar em como um apocalipse zumbi aconteceria, seria de forma bem orgânica. Estaria acontecendo por algum tempo nos bastidores. Surgiriam notícias em vários pontos da civilização que não fariam sentido e que não pareceriam conectadas. E é meio que aí que começaremos. Haverá muitas informações sendo noticiadas, muitos boatos, paranoia e preocupações. E a grande maioria da população estará ignorando estes sinais e cuidado de suas vidas. E as coisas começam a desandar bem rápido a partir daí.
EW: Então veremos pessoas lidando com os sintomas pela primeira vez e presenciar os primeiros zumbis?
Kirkman: Greg Nicotero e seu equipe definitivamente fizeram uma abordagem única dos primeiros zumbis. Remeterá um pouco aos primeiros dias da 1ª temporada de The Walking Dead, mas também haverá sutis diferenças, alguns elementos bacanas que darão a esta série uma visão única. Então, sim, haverá muitas diferenças e definitivamente um monde de coisas legais para agradar os fãs. Afinal, eles verão o início de tudo pela primeira vez.
EW: O que será crucial para estes personagens na série? Em que suas ações se baseiam? É tentar impedir o apocalipse? Achar uma cura? Sobreviver?
Kirkman: De forma geral a dinâmica será a mesma de The Walking Dead. Estes personagens estão focados em sobreviver. Não estão focados em salvar o mundo nem em curar a epidemia. Eles estão focados em se certificar que terão comida suficiente, e garantir um abrigo seguro e que não serão atacados. É de certa forma similar à série original, mas eles tentarão sobreviver de formas bem diferentes. E eles estarão com pessoas muito diferentes, em locais extremamente diferentes. Então, apesar de serem os mesmos objetivos, o caminho é totalmente diferente.
EW: Em The Walking Dead os personages sempre estão lidando com a ameaça de outras pessoas, além da ameaça dos zumbis. E dependendo da ocasião, uma é mais proeminente que a outra. Estou curioso sobre o mix que a nova versão da série mostrará, especialmente quando a ameaça é muito confusa para as pessoas a princípio.
Kirkman: Acho que um dos aspectos mais legais dessa série é o fato que a audiência estará de fato à frente dos personagens, de diversas formas. E isso é algo que você sempre tenta evitar na ficção, para os personagens não parecerem idiotas. Ninguém quer que as pessoas que estão assistindo reajam tipo “Oh, por que eles fizeram isso? Eles não deveriam ter feito isso”.
Mas nós estamos delimitando um limite bem importante aqui, que este é um mundo em que a audiência está mais familiarizada do que os personagens. E isso nos leva a situações onde a audiência ficará aterrorizada com o personagem, mesmo que eles não necessariamente precisem ficar. Haverá situações no mundo de Fear The Walking Dead que você saberá que eles estão fazendo algo perigoso, mas os personagens em si ainda não têm estas informações. Então, conforme formos contando estas histórias, trabalharemos com esta dinâmica de formas bem interessantes.
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Após esta entrevistas, quais as suas expectativas para a nova série, Fear The Walking Dead?