Quando Dragon Ball: Sparking! Zero foi anunciado, a reação dos fãs foi imediata: euforia e expectativas nas alturas, que foi crescendo a cada novo trailer e novidade divulgados. Afinal, estamos falando de um revival de Budokai Tenkaichi, uma franquia que marcou gerações.
Agora que o jogo finalmente chegou, é seguro dizer que ele captura a essência do que tornou seus antecessores memoráveis, mas também tropeça em áreas cruciais que o impedem de atingir seu verdadeiro potencial.
Nostalgia de mais de 8 mil
Sparking! Zero se apoia fortemente na fórmula de sucesso de Budokai Tenkaichi, e isso não é uma crítica. O combate é explosivo, dinâmico e repleto de momentos que parecem saídos diretamente do anime. Ver Goku e Vegeta trocando ataques em alta velocidade enquanto destroem o cenário ao redor é o tipo de espetáculo que mantém os fãs grudados na tela, por mais repetitivo que seja.
Há uma beleza crua no espetáculo visual: explosões coloridas, animações dinâmicas e o desgaste gradual da aparência dos lutadores trazem uma sensação de autenticidade que remete ao melhor da franquia.
Jogabilidade não avança muito
Mas a nostalgia só carrega o jogo até certo ponto. A mecânica central de combate é extremamente familiar, o que pode agradar os veteranos, mas deixa a desejar em termos de inovação.
Apesar de introduzir melhorias como contadores que aceleram o uso de golpes especiais e novos movimentos defensivos, como o “Revenge Counter,” que tentam dar um frescor estratégico às batalhas, a jogabilidade não se reinventa.
Para veteranos, isso pode ser uma dádiva. Para novatos, ou quem esperava algo realmente novo, o jogo pode parecer um déjà-vu com gráficos melhores.
Um elenco de peso… mas que poderia ser ainda maior
Os jogos de Budokai Tenkaichi sempre foram lembrados por seus elencos gigantescos, e Sparking! Zero não decepciona nesse aspecto – em parte. Com 182 personagens jogáveis, cobrindo desde os arcos canônicos até os filmes não oficiais, o jogo é um prato cheio para fãs que amam explorar cada transformação ou técnica especial. É impossível não se emocionar ao ver movimentos recriados com detalhes que remetem diretamente ao anime.
Ainda assim, há algumas ausências notáveis, como Paikuhan e Super 17. Além disso, transformações menores, como o Super Saiyajin Blue com Kaioken de Goku estão presentes apenas como transformações temporárias, e não como formas jogáveis.
Estas ausências provavelmente serão supridas em DLCs (por favor!). Mas com a estreia do novo anime da franquia, Dragon Ball Daima, novos personagens não faltarão, portanto estes clássicos poderiam estar presentes no lançamento inicial.
Batalhas personalizadas é uma ideia com potencial
A promessa de criar batalhas personalizadas ilimitadas foi uma das maiores apostas de Sparking! Zero. Na prática, o modo entrega ferramentas interessantes, mas sofre com diálogos genéricos e um sistema que raramente faz sentido narrativo. A liberdade é divertida, mas o resultado final parece mais um experimento do que uma funcionalidade coesa.
Modo história varia do incrível ao decepcionante rapidamente
O modo história, como esperado, tenta cobrir os arcos principais de Dragon Ball. Mas peca gravemente com cortes bruscos e uso excessivo de imagens estáticas e textos.
Para um jogo lançado em 2024, a ausência de cutscenes animadas é decepcionante, especialmente em uma franquia que vive de momentos cinematográficos. Quando as animações aparecem, no entanto, são de tirar o fôlego, capturando a energia do anime.
“What ifs” são o sonho de todo fã
A frase “sou fã e quero service” cabe muito bem nas inúmeras histórias alternativas, conhecidos como “what ifs”, presentes no modo história de cada personagem.
Essas narrativas exploram cenários hipotéticos, como Goku não sendo morto por Piccolo na luta contra Raditz, chegando a até mesmo Zamasu se tornando o Gohan Black.
É impossível não se envolver com tantas possibilidades, ainda mais se você for um fã hardcore de Dragon Ball que consome até fanfics, como Dragon Ball Multiverse ou Dragon Ball New Hope.
Um retorno que não é perfeito, mas entrega bastante qualidade
Dragon Ball: Sparking! Zero não é um jogo ruim – longe disso, o jogo tem potencial para se tornar um dos melhores títulos de Dragon Ball já lançados. Ele captura a essência de Budokai Tenkaichi com visuais impressionantes e combates frenéticos, mas tropeça um pouco em entregar uma experiência que vá além da nostalgia.
Você vai jogar por várias horas, mas às vezes surge aquela sensação de que poderia ter sido muito mais. Para os fãs de longa data, é um retorno bem-vindo. Para novos jogadores, talvez seja apenas mais um jogo de luta inspirado em anime que acaba se perdendo no meio de tantos Battle Shonens – mesmo sendo o pai de todos eles.
Prós:
- Combates intensos e visuais incríveis.
- Referências detalhadas para fãs de longa data.
- Histórias alternativas criativas.
Contras:
- Falta de inovação no sistema de combate.
- Ausências importantes no elenco inicial.
- Modo história com pouca animação e imersão.