Criado há 60 anos atrás, o Homem-Aranha é um dos personagens mais icônicos da Casa das Ideias. Amado não apenas pelos fãs, era também uma das co-criações favoritas de Stan Lee.
Em entrevista ao Chicago Tribune, Lee explica por que gostava do Homem-Aranha:
Porque ele se tornou o mais famoso. Ele é o que mais se parece comigo — nada sai 100% certo para ele; ele tem muitos problemas e comete erros, e eu me identifico com isso.
Stan Lee sobre as origens do Homem-Aranha
Lee discutiu as origens do Teioso em uma entrevista com Larry King nos anos 2000:
Eu vi uma mosca subindo pela parede e disse ‘Uau, imagine uma pessoa que possa grudar nas paredes como um inseto.’
Então pensei ‘Como devo chamá-lo?’ tentei Homem Mosquito, mas o nome não tinha nenhum glamour. Homem Inseto era pior ainda. Mais para frente cheguei à Homem-Aranha. Parecia misterioso e dramático, e assim uma lenda surgia.
Roupa de aranha planejada
Até mesmo o traje do Homem-Aranha foi pensado para fazer com que o leitor se identificasse com o personagem, segundo Lee, em entrevista ao Newsrama em 2015:
O que eu gosto no traje é que qualquer um lendo Homem-Aranha em qualquer parte do mundo pode se imaginar por baixo da roupa. E isso é uma coisa boa.
Um herói com problemas cotidianos
Apesar de ser um super-herói, o fato de lidar com problemas cotidianos e cometer erros é o que torna o Homem-Aranha um dos heróis mais humanos e identificáveis pelos leitores.
Em uma entrevista para a rádio NPR em 1998, Stan Lee comentou como os personagens criados por ele lidam com situações extraordinárias da maneira que uma pessoa comum reagiria:
Antes da Marvel, qualquer super-herói poderia estar andando pela rua e avistar um monstro gigante, roxo, com oito braços e cuspindo fogo vindo em sua direção, e o personagem diria ‘Oh! É um monstro de outro mundo, tenho que pegá-lo antes que ele destrua a cidade.’
Agora, se um dos nossos personagens da Marvel visse o mesmo monstro, gosto de pensar que o Homem-Aranha diria ‘Quem é o maluco fantasiado pro Halloween? Ele está fazendo alguma propaganda?’
A mitologia moderna dos quadrinhos
Sempre disposto à responder perguntas dos fãs, Stan Lee participou da seção de cartas da edição #700 de Espetacular Homem-Aranha em 1999. Um leitor mencionou a ideia de que quadrinhos são uma forma de mitologia moderna e Lee respondeu:
Por que não? Se eles permanecerem tão populares nos próximos anos como são atualmente, mesmo que no futuro não o vejam como deuses, ainda serão considerados lendas — assim como Robin Hood. Afinal cada era tem seus mitos e lendas.
Então quem sabe? Algum dia, o Aranha pode ter uma vida tão longa quanto João e o Pé de Feijão.
E parece que Stan estava certo. Atualmente com mais de 900 edições, o Homem-Aranha sobreviveu não apenas nos quadrinhos — sua história resultou em vários filmes, programas de TV, videogames e muito mais.
O Cabeça de Teia é e continuará sendo uma inspiração para pessoas de todas as idades por gerações.