Interessante. Essa é a palavra-chave que define o sétimo episódio da nona temporada de The Walking Dead. Estruturalmente melhor que seu antecessor, mas com um gosto amargo de fracasso em seu contexto geral.
Isso se deve por ser um episódio de meio, um trampolim para os fatos que ocorrerão na midseason finale. Faltou algo no desenrolar desse episódio, que mesmo abrindo diversos ganchos, pareceu demasiadamente solto.
É nítida a sensação que ele deixa no espectador de que o próximo episódio será interessante, onde enfim os sobreviventes farão contato direto com os sussurradores. As falhas nesse episódio se dão no extenso leque de informações e núcleos envolvendo um único episódio. Assim como num passado recente reclamávamos constantemente de episódios de núcleos hiper isolados, quando joga muitos núcleo em tela, a miscelânea não dá certo. Um meio termo tem que ser encontrado.
Vejamos: tivemos Daryl, seu cão e Carol em um acampamento. Jesus e Tara em Hilltop. Rosita na Mata. Michonne e a caravana de novos personagens na estrada. Jesus (novamente) e Aron treinando às escondidas.
Isso falando só dos núcleos e não tratando os temas e subtemas de certa forma complexos e carregados que foram injetados ao decorrer dos poucos minutos do episódio. O maior erro desta narrativa foi não ter enxertado um pouco de suas tramas em seu episódio antecessor.
Direção aceitável, roteiro interessante porém não distribuído. The Walking Dead está tentando encontrar seu novo caminho e eu sinceramente espero que o encontre e que isso fique claro na midseason Finale.
Eu não poderia deixar de comentar o meu maior desalento do último domingo: a porca, preguiçosa e desrespeitosa saída da Maggie da série. Ou melhor, a simplória menção a saída de uma das personagens mais importantes e fortes da trama. Como longevo espectador, fiquei estritamente desapontado. É nítida a brecha e lacuna que explicitamente foi deixada, revelando o intuito de que a personagem retornará à trama. Um ponto fora da curva.
Muita responsabilidade foi despejada para o próximo episódio. Só nos resta esperar que a maturidade que uma série com quase uma década de existência dê as caras e use do bom senso, ousadia e originalidade para prender os espectadores pelos meses do hiato de meio de temporada que seguirão em breve. Boa sorte!
Nota: 7,0