O episodio de despedida da nossa querida personagem Michonne terminou para mim bem confuso. Ao fim dos créditos do episódio da temporada não sabia dizer se estava me despedindo da Michonne, ou de Rick.
A personagem de Danai Gurira, que teve sua primeira aparição no decimo terceiro da segunda temporada, se despede também em um decimo terceiro episodio, mas da décima temporada, e com um fim um tanto melancólico.
Michonne sempre foi uma personagem guerreira, obstinada, realista, focada em seus objetivos e acima de tudo dona de si, termina com uma participação totalmente aquém do que foi sua trajetória na série.
O episódio todo foi apenas para referenciar Rick, e tudo que ele significou para ela, porque se analisarmos com cuidado, é disso que se trata…de RICK GRIMES!!! Sem ele, ela não teria uma vida longa. Ela não seria nada!!! O episodio resumiu Michonne como uma personagem totalmente influenciável, mentalmente fraca, pois se ela não tivesse encontrado o grupo de Rick, seria encontrada pelo grupo de Negan(mesmo geograficamente falando sendo impossivel), e ao invés de ser o interesse amoroso de Rick, seria uma funcionária “salvadora” do Negan. A cena do “what if” seria bem interessante se tivesse sido bem executada, porque o que foi ao ar foi muito triste. CGI muito mal feito, dava pra ver as cenas que eles “reciclaram” tinha tons de cores muito diferentes, e a qualidade de pixels teve de ser reduzida para que ficasse minimamente encaixada. Só que como consequência, parecia que estava assistindo um ep. de TWD em 480p. Michonne não merecia isso.
A mesma Michonne que fez uma leitura PERFEITA sobre Magma em um julgamento nos primeiros episódios da nona temporada, é a mesma personagem que não percebeu as mentiras de Virgil sobre sua reais intenções, as armas e sobre a ilha, e decidiu ir sozinha inspecionar o local. E mesmo quando chega, vê o lugar abandonada, e ouve mais mentiras do Virgil, ainda sim continua em frente, pelo desespero de conseguir as armas para a guerra contra os sussurradores. Desespero esse, que nunca faz parte do que foi construído para a personagem ao longo de 10 temporadas, mas por conveniências de roteiro, foi necessário para mover a história.
Mais tarde ela é capturada por Virgil(por que o roteiro quis), entra numa trip induzida por Virgil(sabe-se lá porque), e começa sua despedida aos personagens que fizeram parte da sua vida na série. O Siddiq!!! É impressionante o descaso que os produtores tiveram com a Michonne. Poderiam ter trazido Andrea, que era sua melhor amiga, e quem a trouxe ao grupo do Rick. Ter trazido Carl, que ela o tratava como próprio filho. Ou até mesmo Rick, que era o amor da sua vida.
Ao invés de disso, sua despedida se resumiu à cenas recicladas, e um personagem secundário que ninguém se importa, e suas crianças que vivem sozinhas, e serão abandonadas de vez, por um par de botas, um celular com o nome “Rick” gravado, além de uma desenho muito bem feito da Michonne e da Judith(mesmo Rick nunca tendo a conhecido naquela idade), e um escrito enigmático. Não pelo que está escrito, mas enigmático de, quando foi inserido na série que Rick sabia japonês? Ou até desenhar?
Então esse é o fim da nossa respeitável líder de Alexandria… acreditou na historia de um estranho, acreditou nas palavras de uma criança, decidiu jogar toda a confiança que os Alexandrinos depositaram nela em protege-los no lixo, deixou tudo para trás, seguindo pistas nenhum um pouco conclusivas, atrás da única coisa que importa para ela, o Homem Corajoso.
É triste pois a Michonne sempre foi muito mais que isso…
NOTA 2,0/10
Obs1: Não tenho muito que falar sobre Virgil, e tentei focar o texto sobre Michonne(ou Rick não sei), mas darei um panorama geral aqui sobre o Virgil. Personagem insosso, com motivações que beiram o ridículo, e só não teve um fim merecido, porque Michonne seguiu o mantra de Rick… “A minha misericórdia prevalece sobre a minha ira” por duas vezes. A primeira no fim do ep. 10×08, e a segunda ao fim desse episódio!!!
Obs2: Ao mesmo tempo que o episodio referencia Rick Grimes, ele nunca é citado por seu nome. Sempre por “ele”, ou “o homem corajoso”. Não sei se por questão contratual, ou algo estético que o roteiro quis passar, que vai além de meu humilde conhecimento. Mas achei curioso.
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