Finalmente saiu minha crítica sobre o décimo quinto episódio, com alguns dias de atraso. Particularmente é mais fácil para mim escrever sobre episódios ruins/péssimos, ou bons/excelentes, do que episódios extremamente mornos/chatos como foi o caso desse episódio. Eu tive de assistir pelos menos 2x, porque muita coisa(desinteressante) eu não lembrava mais. Vamos lá.
O episódio “The Tower” foi ao ar esse domingo (05/04), e como sempre é um episódio de preparação para uma season finale que ainda não tem data definida, por conta do Covid-19.
Acredito que todos nós já tivemos ao longo da vida aquele professor brilhante, que nós claramente conseguimos notar o quão sábio ele é, e quanto de conhecimento ele carrega consigo, mas não sabe como pôr para fora esse conhecimento, talvez por ter uma dificuldade pessoal em se comunicar, ou por preguiça. E se torna um professor medíocre com grande conhecimento.
TWD tem uma capacidade infinita de possibilidades, com um universo muito rico, onde você poderia se apoiar tranquilamente, e poderia manter a uma série-mãe coesa com base nas hq, criar spin offs que poderiam estar(ou não) interligados, ter mais jogos decentes, como os jogos Telltale (JOGUEM), expandir o universo TWD para os cinemas…tudo isso por causa do Robert Kirkman, que criou uma obra maravilhosa, com muitos personagens interessantes, arcos narrativos sólidos. Mas os produtores não sabem como transpor isso para tela, e tudo se torna medíocre, ruim, e até mesmo entediante. E ficamos à mercê de migalhas de algumas cenas de ação, cenas de gore com zumbis, alguns easter eggs das HQs para mentirmos para nós mesmos, que aqueles 41 minutos do domingo a noite valeram a pena.
Não sei se é preguiça, ou se a AMC tem dificuldade de contratar uma equipe de roteiristas minimamente competente, para tentar extrair as ideias da Angela Kang, para o que ela quer para história. O que eu sei é que o roteiro tem sido um dos calcanhares de Aquiles da série, principalmente nessa temporada.
O que não gostei : Edição
A montagem desse episódio é muito picotada. Mostra Beta e sua horda dentro de Alexandria, e com seus moradores tendo fugido para (aparentemente) um hospital, que não tinha sido inserido na série até então. Ainda em Alexandria, Beta sobe em um moinho de vento, e olhando para sua horda decide ir para Oceanside. Nesse mesmo moinho estão Alden e Aaron escondidos, se certificando de que Beta leve a horda para Oceanside, pois esse era o plano(que também não foi inserido na trama). Beta decide ir para Oceanside. A dupla então passa as coordenadas para os refugiados no Hospital, e continuam a seguindo os sussurradores, para se certificarem de que cheguem à comunidade litorânea. No meio do caminho de Beta, atravessou um gato preto, e as vozes dos zumbis o fizeram mudar de ideia, e de repente ele sabia qual o lugar que ele deveria ir. E a dupla AA, é capturada pelos sussurradores
Dentro do hospital, Luke estava apreensivo pois estava trabalhando em algo, em quem segundo ele “todos estavam contando com ele”, e pede para que alguém pegue algumas coisas pra ele lá fora. Carol se prontifica. Kelly decide ir junto também. A roteiro gasta de cerca de 3 minutos para enaltecer Carol e sua mitologia, para tentar nos convencer de que ela ainda é de suma importância para trama.
Tambem temos Daryl com Judith, a criança surreal. Eles tem alguns diálogos extremamente chatos sobre o velho questionamento de “matar humanos”, que nessa altura da temporada, já deveria estar intrínseco à todos. Judith fala sobre a aventura da mãe de forma muito rasa. Sequer cita o “homem corajoso”, talvez porque tenha medo que Daryl também a abandone. E aí vemos os produtores falando através de Daryl, como se dissesse para nós “não importa quem saia, o show vai continuar”.
Questionamentos :
– Porque Alden e Aaron não mataram Beta quando tiveram a chance? Alden teve a chance, mas preferiu acertar uma flecha em Gamma em um episódio anterior. E dessa vez Beta estava MUITO mais perto.
– Aonde esta localizado o hospital?
– Qual era o plano dos Alexandrinos? O que Oceanside tinha a ver com esse plano? O que iria acontecer lá?
– Qual era a missão do Luke, que era considerado de suma importância? Qual habilidade o musico poderia ter para fazer a diferença nessa guerra?
– Porque gastar 3 minutos inúteis com Carol/Kelly ? Poderiam ter usado esse tempo para explicarem o plano, mostra toda a fuga ao hospital, e ainda mostrar a horda chegando, de uma maneira mais coesa do ponto de vista do tempo.
O que gostei
A loucura de Beta foi muito legal de ver, como os zumbis pareciam estar falando com ele, como ele apenas atendia o que a horda queria. A nova máscara lhe dá um ar mais sombrio, como se a Alpha fizesse parte dele, ou melhor, como se ela ainda fosse a líder do bando, e ele fosse o Chico Xavier apenas psicografando a mensagem da líder para o grupo. Esse nível de loucura caiu como uma luva para o personagem. Só acho que o roteiro poderia ter contribuído mais para o personagem, e não usado um gato, como canetada de roteiro. Poderia ter sido feito de outro jeito.
A introdução da personagem da Princesa foi muito interessante. A “solidão good vibes” que ela trouxe foi muito assertiva. TWD já havia trazido as consequências da loucura pela solidão com o Morgan , mas dessa vez traz de uma forma mais positiva, e mostra um outro lado da moeda. O núcleo em si foi bom, gostei da maturidade de Eugene, e como ele conseguiu se por na pele da Princesa, por conta de seus erros no passado.
A interação de Negan/Lydia por mais que não tenha sido primorosa, eu gostei. Por mais clichê que tenha sido, a coisa do personagem A fazer o personagem B sentir o luto, Negan e Lydia me fizeram acreditar no que ambos estavam sentindo. Jeffrey D. Morgan não decepciona
Nota 4,5/10
O que achou dessa “quase” season finale? Deixe nos comentários sua nota para o episódio.