Durante as cinco primeiras temporadas de The Walking Dead o objetivo de todos era sobreviver ao apocalipse zumbi, entender e se adaptar às regras deste novo mundo.
Mas após eles finalmente terem encontrado Alexandria, que se tornou um lar definitivo para todos, o novo objetivo passou a ser tentar reconstruir o máximo possível a civilização de antes.
Podíamos ver claramente essa mudança de paradigma em Rick Grimes, que finalmente entendeu que a melhor forma de proteger sua família era trabalhar na reconstrução da sociedade.
Claro, em uma situação apocalíptica as prioridades sempre serão segurança, abrigo e alimentação. Mas apenas isso não basta para levantar uma nação. Um povo precisa também de coisas como regras, valores e boa cultura.
Vimos a Michonne bolando regras para as comunidades no episódio de estreia da 9ª temporada, mas o 7º episódio (S09E07 – “Stradivarius”) mostrou algo ainda pouco explorado em The Walking Dead – a preservação da cultura.
Durante a viagem para Hilltop, Michonne seguia desconfiada com o grupo de Magna e acidentalmente acabou quebrando o violino de Luke, que ficou inconformado e lhe contou uma história sobre a importância de preservar a cultura para o desenvolvimento de uma sociedade.
Durante o Talking Dead, Michael Cudlitz, o ator que interpretou Abraham, que fez sua estreia como diretor neste episódio, comentou a importância desta cena.
Os Stradivarius são provavelmente os violinos mais belos que já foram feitos e certamente os mais caros. Inserir este fato neste mundo foi algo que sempre me impressionou.
É algo que em nosso mundo atual tem um valor imenso, mas no mundo de The Walking Dead não tem valor algum.
Você pode ter observado a cena e pensado “quem se importa com isso? Certo, é um Stradivarius, mas quem se importa com isso nesse mundo”? E então o personagem de Dan [Fogler, o ator que interpreta Luke] nos apresenta aquele discurso sobre o que significam música, arte e poesia.
Isso é tão importante para a sociedade. É uma das primeiras coisas que perdemos quando a situação fica complicada, seja financeiramente ou quando não nos sobra muito tempo.
O que acontece é que consideramos estas coisas como adicionais. Mas são coisas que nos definem, que formam o que somos e fazem com que possamos sobreviver como pessoas, nos une como grupo e faz com que prosperemos como humanidade.
É isso o que nos separa de outras criaturas. A nossa habilidade de criar e falar sobre as coisas, de compartilhar histórias, de criar música. E nossa habilidade de fazer tudo isso é intensificada pela nossa habilidade de trabalhar uns com os outros, pois assim nós fazemos com que cada um melhore.
Vale lembrar que há um pessoal que está muito interessado em juntar todo o conteúdo artístico que sobrou após o apocalipse.
O grupo de Georgie, exatamente o local para onde Maggie foi após o salto temporal de seis anos, está sempre interessado em discos de vinil e música em geral. E parecem estar bem mais desenvolvidos do que Alexandria, Hilltop ou o Reino.
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O que você acha da exploração destes temas em The Walking Dead? Você gostaria de ver as comunidades se unindo novamente e se desenvolvendo em aspectos culturais?