Nossa coluna de análises dos episódios de The Walking Dead continua! A ideia é proporcionar múltiplas visões e discussões mais aprofundadas. O formato desta coluna ainda está em fase de testes. Críticas e sugestões de melhorias sempre são bem vindas. Ainda não viu os comentários do episódio anterior? Confira aqui!
Episódio em debate: The Walking Dead, 3ª Temporada episódio 5: “Say the Word”.
Phillip Happens
Eu, sinceramente, não estava botando muita fé nesse episódio. Mas assim como Killer Within, ele me perturbou, me fez pensar, questionar e, sinceramente, não estava esperando tanta sutileza ao trazerem alguns elementos da HQ (que eu não leio, mas sei o bastante) como a linda e fofa da Penny e as lutas. O núcleo de Woodburry está, só agora, ganhando a minha atenção.
Até o momento o Governador não me impressionou, nem passou aquela imagem de “maior vilão da história” que os leitores dos gibis o dão, mas a loucura e a deliciosa insanidade dele estão começando a chegar. Quero ver mais desse Governador, quero a paranóia, quero o sociopata, quero ver tudo que ele é capaz de fazer e suportar (furadeiras e colheres pra que te quero) e aí sim vou me impressionar, aí sim vou respeitá-lo como um dos maiores vilões de todos os tempos.
A chatice da Michonne
Nem o esboço de sorriso da Michonne em Say the Word serviu para me fazer gostar da personagem por enquanto.Torço para que alguma mudança radical no roteiro aconteça em relação a ela. O mau humor e a morte dos zumbis foram cinematográficos, mas não me satisfez. Ela nem precisa sorrir, só agir com coerência.
Não querendo ser a defensora oficial da Andrea, mas alguém deixaria para trás aqueles muros aparentemente seguros apenas pelo sexto sentido da Michonne? Apesar das pequenas pistas e seu faro animalesco que a fizeram crer que o governador não é o homem que aparenta, não houve sequer um argumento válido o bastante para sustentar uma vida fora de Matrix ( Woodbury ). Ela ter sido advogada chega a ser irônico. Lembrando que tal vida pode significar um desastre eminente a cada segundo. Prova disso foi o último desfalque no grupo do Rick, que tenta se recuperar a trancos e barrancos e cuidar da nova aquisição apelidada carinhosamente por Daryl de ” pequena durona ” Aproposito, aquela cena dele alimentando o bebê valeu o episódio inteiro, assim como a cena” carinhosa ” entre a Penny e o governador.
Lados opostos
Por Andrio Mandrake
Michonne realmente deixou Andrea para trás. Ela acredita ter seus motivos, além disso, a loura parece muito confortável em Woodbury. Resta-nos agora saber se Michonne encontrará e se juntará ao grupo de Rick, ou se continuará por si mesma. E ainda, se houver um possível confronto entre os dois bandos, de que lado Andrea vai ficar.
Talvez ela ainda nutra certos bons sentimentos em relação aos outros, mas é algo a se considerar, uma vez que as pessoas com quem ela tinha mais afinidade eram Shane e Dale, e ambos estão mortos. Talvez ela tenha se realocado em um novo território, e venha até mesmo a representar certa ameaça para o grupo principal. Além disso, seu temperamento parece combinar muito mais com Woodbury, do que com o grupo da prisão.
Revelando lados obscuros
Adorei as cenas extraídas da HQ, algumas eu estava esperando pra ver se teria mesmo na série e vibrei ao assisti-las. Nesse episódio pudemos descobrir lados de alguns personagens que pouco tempo atrás jamais imaginaríamos existir. Quem imaginaria que o machão Daryl seria um babá tão dedicado? Está certo que na busca pela Sofia ele transmitiu um pouco desse lado. Inclusive em um breve instante enquanto buscava alimento para o bebê, é possível notar seu sentimento de lembrança ao ler “Sofie” na parede.
Mas essa sensibilidade dele se tornou ainda mais evidente ao cuidar do bebê. Achei linda aquela cena. Por outro lado, quem deveria estar em sua posição, estava surtando em algum outro canto na prisão. Quem imaginaria que o líder que sempre luta pelo bem de todos, trataria o coitado do Glen daquele jeito? Ele chegou ao ápice da loucura e confesso que vibrei com a cena do telefone. Aguardo para descobrir em que ponto Rick voltará à sanidade pelo menos o suficiente para segurar seu próprio bebê.
And nothing else matters
Por Ingrid Falcão
Como um capitulo calmo de um livro, o episodio quinto da temporada foi morno e serviu, basicamente, para introduzir acontecimentos futuros e maior relevância. A saída da Michonne do refúgio e as sujeiras que ela encontrou só abriram perguntas e muita curiosidade; a promissora permanência da Andrea e seu encanto pelo Governador; do anterior (04) choro do Rick que desencadeou possível loucura-claustrofobica mas não de espaço, e sim de pessoas e o valor sentimental que elas agregavam, o único conforto que ele tinha, talvez, fosse a meta de protejer sua família acima de tudo e ainda se sentir um (bom) pai no caos que o mundo se encontra. E agora, grupo, um bebê chorando em se importar com o horário e com o que está acontecendo, como serão as próximas fugas? E o Daryl, finalmente expressando e abrindo seu lado sentimental? Vai ele ser um líder, vai ele querer ser um líder?
Alô, quem fala?
Por Najara Bertoli
Mais uma vez temos o Lincoln dando um show de interpretação. Rick não chegou a ser o foco deste quinto episódio, mas os momentos que ele apareceu já foram o suficiente para deixar marcado o conflito interno que o personagem está passando no momento, mesmo que mal tenha falado uma palavra direito.
Dor pela perda da mulher amada? Culpa por tê-la tratado mal e perdido a última chance de reconciliação que tiveram? Provavelmente as duas coisas e juntando o sentimento de falha por não ter conseguido proteger a família como gostaria e não estar presente no momento e ter deixado o fardo da morte no filho. O fato é que Rick já havia mostrado o seu lado mais obscuro nesse começo de temporada e agora ele parece ter perdido completamente a lucidez. O telefone tocando no final também foi marcante e deixou um gancho para o próximo episódio. Uma coisa é certa, Rick nunca mais será o mesmo.
Uma dama de Ônix e aço
Neste quinto episodio da serie vemos Michone mostrar mais armas de seu arsenal, deixando claro para todos que ela não sobreviveu sozinha durante meses durante o apocalipse zumbi simplesmente por suas capacidades de combate. A espadachim mostrou que seus instintos são mais afiados que sua espada. Desde que entraram em Woodbury, Michonne e Andrea vem discordando progressivamente sobre ficar e sobre a índole do governador, e esta discordancia chegou ao seu ápice neste episodio, quando Michonne sai de Woodbury sem Andréa, que esta cada vez mais envolvida com o Governador e seu sonho pos- apocalíptico.
A atriz Danai Gurira vem, desde sua primeira aparição na serie como o a espadachim encapuzada, encarnando com maestria uma mulher de nervos de aço, mantendo uma linguagem corporal sempre alerta, tensa e pronta para se defender do que for. Neste episodio Michonne tem três momentos chave para convencer-se (e mostrar isso aos espectadores) de que o governador está manipulando as pessoas: Usando sua mente afiada, ela percebe que existem segredos por trás do estadista e consegue informações de forma sorrateira. Depois, mostrando domínio do dom da oratória e da argumentação, Michonne frustra o novo ataque do “governador da compreensão”, deixando-o ainda mais inseguro em relação a ela. Finalmente ela mostra porque e uma das personagens mais comentadas entre os leitores da HQ e muito aguardada no seriado, mostrando sua característica habilidade e técnica, recuperou sua espada e colocou um ponto final nas esperanças do governador sobre recruta-la. Terminou sua participação deixando Andea com suas ilusões e fazendo com que todos se perguntem: “E agora? Para onde irá Michonne?”