O ator Andrew Lincoln, que interpreta Rick Grimes na série da AMC, The Walking Dead, fala sobre como é se tornar um verdadeiro sulista e descreve como é ser um líder em cena.
P: Agora que The Walking Dead está na terceira temporada, quais aspectos da série ainda te surpreendem?
R: A série me surpreende e me brutaliza. Eu e Scott Wilson estávamos conversando sobre como a série é extraordinária. O ruim é que estamos sempre perdendo pessoas. Você cria uma relação incrivelmente brilhante e intensa com atores realmente talentosos e quase sempre eles são mordidos e eu tenho que matá-los, esse empecilho está se tornando o único grande trabalho da minha carreira. No espaço de três anos, eu tenho feito mais exercício na série do que eu fiz em provavelmente quatro ou cinco anos. Tem sido uma jornada incrível e eu não mudaria por nada, entretanto, teria sido legal ter mais algumas temporadas com a Sarah [Wayne Callies].
P: Você está começando a se sentir como seu personagem – um líder entre o elenco?
R: Eu não sei. Eu apenas tento fazer meu trabalho. Se as pessoas confiam em mim, isso é ótimo. Mas atuar não é como uma empresa; não é um exercício corporativo. Cada um tem seu jeito de trabalhar e sou a favor da ideia de que é você quem cria um espaço onde as pessoas possam se sentir relaxadas, confortáveis e também capazes de trabalharem nisso. Não vejo o medo como um bom incentivo no set. Não é como eu reajo ao trabalho, por isso, eu tento fazer qualquer coisa para que as pessoas se sintam felizes e à vontade para irem trabalhar e darem o seu melhor. E, como líder, tento criar um ambiente onde as pessoas possam se arriscar e ousar parecerem estúpidas. Então, novamente, se estou no set com Scott Wilson, que trabalhou por 50 anos, eu lhe faço reverência. O chamo de Lionheart; o cara é deus!
P: Após a morte de Lori, Rick passa por um colapso mental. Como é perder a cabeça?
R: Se matassem minha esposa, se é que me entendem, aconteceria o mesmo comigo. Ela merecia tudo. Eu fui até a sala dos escritores e disse “Qual vocês acham que é o limite do Rick?” e aí eles me vêm com essa. Eu quis largar a arma, eu quis cair, coisas do tipo, quis que vocês vissem esse homem, que liderou essas pessoas e foi tão forte, cair desolado no chão. Eu tinha um professor de representação que dizia sempre que quando você está lidando com as emoções, deve ser catarse. Poucas pessoas conseguem fazer isso no ponto final de suas vidas.
P: No oitavo episódio, Rick consegue finalmente chegar a Woodbury. Como é filmar na cidade?
R: Eu odeio Woodbury! Eu sinto náuseas quando vou lá. Eu odeio todos lá, não consigo nem olhar para lá. Amo a prisão, é linda!
P: Você passou quase três anos na Georgia filmando a série. Você já se sente um pouco como um sulista?
R: Acho que agora sou um sulista britânico. Essa é a única vez que falo inglês britânico. Minha família foi para casa agora – honestamente, não vai demorar até eu estar completamente integrado. Eu realmente amo essa parte do mundo. Agora, quase três/quartos do meu ano se passam nos Estados Unidos. Amo esse país e estou entusiasmado de estar aqui, agora. Sabe, apesar do verão brutal e do tempo ocioso que se tem, essa parte do mundo pelos arredores da Georgia é realmente bela.
P: Como a influência sulista permeia no set?
R: As pessoas são realmente boas por aqui. Elas veem aqui como o berço da série. Quando as pessoas vêm trabalhar, passamos a fazer parte dessa bolha. Aqui, as coisas não se tratam de negócios. Simplesmente nos sujamos, suamos e continuamos progredindo.
Fonte: Blog AMC
Tradução: Amanda Teles