O terceiro fascículo do curso de mangá por DVD “Jump Ruy” (Jump-Style) trouxe divesas informações sobre Eiichiro Oda, o criador de One Piece.

Além de explicar com detalhes seu método de trabalho e dar várias dicas sobre desenho, Oda concedeu uma entrevista falando sobre sua carreira e dando dicas para os que desejam tentar se tornar mangakás profissionais.

O que significa ser serializado na Weekly Shonen Jump?
Significa que uma grande quantidade de pessoas lerá sua obra simplesmente por estar sendo publicada na revista.

O que você recomenda que as pessoas façam antes de ser tornarem mangakás?
Hmmm, eu diria as coisas de sempre? Jump é uma revista lida principalmente por um monte de pessoas comuns, então você tem que saber como elas pensam. Então, não se foque demais em uma coisa só. Digo, não me importo se você realmente curte esportes ou algo do tipo, mas é melhor realmente viver a vida pois isso irá te ajudar a entender como as pessoas comuns se sentem e como você se sentia quando era jovem. E em relação a mangás, qualquer título que era popular entre as pessoas ao meu redor, se havia um mangá pelo qual as pessoas estavam animadas, eu me animava também. Quando Super Campeões começou, por exemplo, eu comecei a jogar futebol. Sinceramente, eu me deixo influenciar por tudo o possível, assim eu posso entender os sentimentos de uma pessoa mediana. Esse é o meu ponto forte.

Algum conselho para quem almeja se tornar um mangaká?
Bem, uma coisa que me deixa muito perplexo é como os mangakás novatos de hoje em dia tentam se ajustar à todos.
Bem, eu já falei sobre isso na resposta anterior, mas você viveu sua vida de uma certa maneira e não há nada que possa ser feito para mudar isso. Mas sinceramente, acredito que é melhor pensar em como fazer as coisas que você gosta ganharem popularidade e em como você pode criar uma nova tendência. Para uma pessoa mediana não é problema entrar no bonde e seguir o que está em tendência, mas isso é problemático para um mangaká. Quando você se torna um mangaká, digo, quando encontramos algo que gostamos mas que é desconhecido para as pessoas ao nosso redor, bem, mangakás têm a habilidade de tornar essa coisa uma tendência. Acho que seria bom se as pessoas desenhassem com isso em mente. Não há necessidade de se adaptar às pessoas, aos leitores.

Conforme noticiado anteriormente, o fascículo também conta com um vídeo narrado por Kazuya Nakai, dublador de Zoro, o qual mostra o local de trabalho de Oda, cuja porta tem uma maçaneta personalizada em forma de leme. Na porta está escrito “Sir Henry Morgan”, um corsário galês que atuou no Caribe.

Logo de cara, há um grande armário com uma quantidade considerável de colecionáveis, livros e diversos outros objetos interessantes e divertidos, como um jogo de dardos, um isqueiro em forma de guitarra que emite riffs ao ser aceso e uma infinidade de jogos antigos, além de uma prateleira repleta de doces.

Oda é conhecido por gostar de colecionáveis e modelos em tamanho real de personagens de filmes. Grande fã de Star Wars, Oda tem seus próprio R2-D2 no estúdio, além de uma réplica do T-800, de Exterminador do Futuro.

O banheiro personalizado de Oda tem até mesmo uma cabeça de tubarão em cima do vaso sanitário.

Destaque para os troféus concedidos pela revista Jump aos mangakás a cada 50 capítulos publicados. O capítulo 800 de One Piece ganhou um troféu especial.

À direita da entrada fica a área de trabalho dos assistentes de Oda, com espaço para oito cadeiras no total.

Como não poderia deixar de ser, os assistentes estão habituados a trabalhar com prazos apertados e sob bastante pressão. A equipe costuma contar com cerca de quatro ou seis membros, porém não é incomum mais pessoas trabalharem em determinadas épocas, deixando o estúdio bastante cheio.

Para se assegurar de que tudo seja desenhado corretamente, há uma página pendurada na mesa dos assistentes com diagramas de pequenos detalhes de personagens como os brincos de Zoro, as tatuagens de Law, o log pose de Nami e o cavanhaque de Sanji. Há também um plano geral de cenários como a Fábrica de Brinquedos, o Real Plateau e o Pica gigante.


A mesa do Oda é absolutamente atulhada, contendo potes de M&M, um desenho de uma de suas filhas, um jukebox, o aquário de suas águas-vivas de estimação, réplicas de animais (possivelmente para usar como referência em seus desenhos), além de diversos livros, incluindo um com ilustrações do artista francês Moebius.

Oda também possui cadernos para cada parte de One Piece. No vídeo, é possível ver os cadernos sobre Big Mom (em cuja capa está escrito “Ilha Whole Cake”), os Revolucionários e Zou. Aparentemente, Oda tem ao menos quatro cadernos só sobre habilidades e dezessete cadernos só sobre o Arco Dressrosa.

Fonte: One Piece Podcast